sábado, 16 de julho de 2011

MEDITAÇÃO

A prática da meditação em suas variadas formas sempre foi prática comum entre as civilizações orientais. Na década de 60 começou a ser difundida no mundo ocidental a meditação transcedental que é um método de autodesenvolvimento capaz de aquietar a mente, mas também melhorar a tomada de decisões, a criatividade e afastar o estresse, a depressão.
Desenvolvida pelo guru indiano Maharishi Mahesh Yogi, a técnica utiliza mantras, conjuntos de sons e ultrassons, que atuam no corpo de quem o vocaliza, trazendo benefício a curto e longo prazo.  

Grande parte dos benefícios são imediatos e melhoram com o passar do tempo. Entre os mais significativos estão: 

- O fortalecimento da comunicação do córtex pré-frontal do cérebro, o que permite desenvolver o funcionamento total do cérebro. O praticante de meditação transcendental tende a ter um pensamento prático mais forte e coordenar a tomada de decisões, graças ao aumento nas funções executivas; 

- A abertura da percepção a um campo de criatividade e inteligência, localizada nas profundezas da mente; 

- A redução da ativação do sistema nervoso simpático, que por sua vez dilata os vasos sanguíneos e reduz os hormônios do stress.

- A melhora da saúde cardiovascular; 

- O combate à depressão, na medida em que estimula o bem-estar físico e mental;

- A ajuda na libertação de vícios como o tabaco, o álcool e outras drogas; 

- Reduz a ansiedade e os níveis de colesterol ruim, além de combater a insônia.  
Hoje, nos Estados Unidos, vários hospitais mantem um setor específico para a prática da meditação, principalmente no período pré operatório com resultados excelentes.
A meditação vem se tornando ferramenta valiosa para o Ser vasculhar seu interior e neutralizar os efeitos nocivos do stress decorrente da vida moderna. Existem inúmeras técnicas de meditação, sendo que todas são unânimes num ponto – meditar é esvaziar a mente, mergulhando na quietude do nada.
Vivemos imersos num contexto cultural que nos estimula a todo o momento o uso do hemisfério esquerdo na compreensão intelectual dos acontecimentos. E qual a ferramenta que nosso intelecto lança mão? O pensamento é claro. E assim, estranhamos quando os orientais falam em “esvaziar a mente”, pois acreditamos ser impossível ficar sem pensar nem que seja por um segundo.
Nossa mente, por falta de treinamento, se assemelha a uma cabra das montanhas, a saltar de um pensamento a outro. O segredo é não combater esses pensamentos, mas simplesmente aceitá-los. Nós quase não percebemos, mas entre um pensamento e outro existe um pequeno intervalo, um vazio. Com o tempo, a prática da meditação começa a nos desenvolver a capacidade de perceber que existem muitos intervalos e os pensamentos vão ficando cada vez mais raros, até que os intervalos se expandem e se tornam absolutos. Ao chegar nessa fase, o meditador terá alcançado um alto nível de desenvolvimento de sua mente, aproveitando plenamente todos os benefícios da arte da meditação.
No estado de não-mente, passamos a perceber que os pensamentos não nos pertencem, não são nossa real natureza. Vem e vão, segundo seu próprio ritmo. Aí teremos atingido a percepção plena, o estado de samadhi. No livro “Tantra – a suprema compreensão” (ed; Cultrix), o filósofo Osho nos coloca essa questão de forma bastante poética:
“As nuvens que vagueiam pelo céu não têm raízes nem lar...E o mesmo é verdadeiro em relação ao teu céu interior: teus pensamentos não têm raízes, não têm lar; tal como as nuvens, eles vagueiam. Assim não precisas combatê-los, nem sequer precisas tentar detê-los”.
Sob a ótica ocidental, podemos utilizar a prática da meditação procurando focar a atenção numa bela imagem, um símbolo ou até mesmo um objeto concreto como a chama de uma vela, a ponta acesa de um incenso ou uma bela rosa. Tais recursos são mais fáceis de serem assimilados por nossa compreensão do que esvaziarmos a mente, um recurso que nos soa um tanto abstrato.
Sempre que se fala em meditação, imaginamos alguém sentado em posição de lótus, de pernas cruzadas, olhos cerrados e face serena. A meditação, entretanto, não precisa ser necessáriamente estática e passiva. Existem técnicas chamadas de meditação ativa que são muito interessantes. O importante, qualquer que seja a técnica empregada é se chegar ao que se denomina estado meditativo, aquele em que estamos por inteiro naquele momento, é sermos testemunha silenciosa, é apenas ser um espectador, nada mais. Se você é um iniciante na prática da meditação não desanime diante das dificuldades iniciais que certamente irá encontrar no inicio de sua prática. Continue com paciência, praticando e praticando sem esperar pelos resultados. Procure não ter ansiedade de chegar a um determinado estágio de desenvolvimento na prática da meditação e seu crescimento virá, sem que você perceba, de forma sutil e silenciosa.