sábado, 24 de setembro de 2011

A LEI DE UNICIDADE

Um dia ou um de nós pode ser acometido por uma sensação estranha de estar “fora de casa” ou não pertencer a este mundo. Aí bate uma certa tristeza ou nostalgia...talvez uma saudade que nem bem sabemos de onde vem...A vida vai bem, tudo está no seu lugar, mas aquela sensação “faltante” teima em permanecer como uma outro, qualquer nuvenzinha cinza sobre nossa cabeça. Como isso se explica?

À medida que desenvolvia, ao longo das eras, o seu intelecto, o Ser Humano veio perdendo um de seus referenciais básicos que é o sentido de pertencer à unidade cósmica. Apelando para a capacidade imaginativa do leitor vou propor que façamos um exercício de saltar fora do tempo e do espaço e nos tornarmos observadores do universo. Nessa posição, podemos tomar Deus como sendo o referencial de unidade suprema – O Absoluto. Esta unidade ao manifestar-se cria o universo e a partir de então, surge o conceito de polaridade a reger o mundo das formas tangíveis. Assim, como vivemos limitados dentro dos conceitos de espaço/tempo, nossa mente funciona a partir da percepção dos opostos (ying/yang, noite/dia, homem/mulher, quente/frio, etc,etc)

Jan Smuts, militar e estadista inglês, tornou-se conhecido como pioneiro do movimento holístico no sec. XX, muito embora as idéias de que tudo no universo está em estreita conexão já eram conhecidas desde os tempos recuados de Heráclito, Pitágoras e Aristóteles. A nível físico, o reconhecimento de que o organismo é uma só unidade e o que ocorre em uma parte afeta o todo já era reconhecido pela homeopatia, pela medicina chinesa e por tradições xamânicas de povos considerados “primitivos”.

Ainda com a visão ampliada, podemos afirmar que o primeiro trauma do Ser é a dor que experimenta ao perceber-se separado de Deus. Ao sair do útero divino em seu “parto” original, a Essência Humana chora o desligamento da fonte que o criou e que o acalentava. A partir deste instante, individualizada e consciente de sua própria existência, está fadada a percorrer o caminho da eternidade, desenvolvendo toda sua potencialidade a fim de retornar, plena e sábia ao regaço do Criador. Defrontamo-nos então com o que definimos como o paradoxo da evolução, ou seja: saímos das entranhas de Deus e nosso destino é caminhar para a frente com o objetivo de chegar ao ponto final que é o ponto de partida – aos braços do Pai Eterno. Como bem nos diz o poeta inglês, Eliot :”- E ao final de nossas longas explorações chegaremos ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez...”

A percepção da perda da unidade se expressa através de um sentimento vago de contínuo desconforto e vazio existencial. No inconsciente coletivo, esta perda pode ser percebida nas diversas lendas e mitos que falam do pecado original e da perda do paraíso. De maneira poética, o dr. Edward Bach, pioneiro no uso das essências florais no séc. XX, assim trata o assunto:

“O grande postulado que se segue é a compreensão da Unidade de todas as coisas; a compreensão de que o Criador de tudo que existe é amor, e de que tudo aquilo de que temos consciência é, em seu infinito número de formas, manifestação desse Amor, seja ele um planeta ou um seixo, seja uma estrela ou uma gota de orvalho, um homem ou a forma mais elementar de vida. É possível ter um vislumbre dessa concepção se imaginarmos nosso Criador como um grande e brilhante sol de bondade e amor, de cujo centro um infinito número de raios se lança em todas as direções, e que nós e todas as coisas das quais temos consciência somos partículas ao fim desses raios, emitidas para que possam adquirir experiência e conhecimento, mas para, no final retornar ao grande centro. E , posto que para nós cada raio possa parecer como algo separado e distinto dos outros, na realidade ele faz parte do grande Sol que existe no centro. A separação é impossível, pois tão logo um raio de luz seja destacado de sua fonte, ele deixa de existir. Dessa forma, temos uma pequena noção do que significa essa impossibilidade de separação e, ainda que cada raio possa ter sua individualidade, ele apesar disso, faz parte do grande centro gerador de forças. Assim, qualquer ação contra nós próprios ou contra uma pessoa afeta o conjunto porque, causando imperfeição numa parte, isso se reflete no todo, do qual toda partícula deve chegar finalmente à perfeição (citar o livro)

Belas palavras que nos consolidam a certeza de que, mesmo nos momentos aparentemente mais negros e difíceis, somos raios de luz conectados a Deus, o Grande Sol, gerador de tudo que existe!.

domingo, 11 de setembro de 2011

MEDICINA INTEGRAL - 1

Esse artigo pretende ser uma introdução ao que entendemos como medicina integral.
Desde suas origens, o ser humano vem procurando maneiras de curar suas doenças e ferimentos. Em civilizações antigas, como por exemplo, na Mesopotâmia, o médico dava grande importância à interpretação dos sonhos. O exercício da profissão foi pela primeira vez regulamentado no código de Hamurabi. A Medicina evoluiu bastante no Egito, na Índia e na China, mas foi a Grécia que se constituiu no berço da atual medicina alopática.

No sec. V a.C., nasceu na ilha grega de Cós, o grande Hipócrates, considerado o Pai da medicina, que estabeleceu as bases da atual medicina ocidental, elaborando um rigoroso código de ética, cujos preceitos estão contidos no juramento que, até hoje, os médicos fazem ao se formar.

O modelo médico vigente é estruturado nas bases do paradigma newtoniano/cartesiano onde o importante é a análise das partes, como se o corpo fosse uma máquina e a doença, o enguiço ou mau funcionamento de algumas de suas peças. A partir desta premissa perdeu-se a noção de um ser inteiro (pessoa) e o doente passou a ser representado por um vasto conjunto de órgãos e sistemas que para ser saudável, deveria funcionar plenamente.
Dessa visão departamentalizada surgiram os super especialistas, profissionais que detem um profundo saber acerca de um setor específico do conhecimento mas que não conseguem ter a percepção global, esquecendo-se de que o coração, os rins, os pulmões, a pele e cada órgão que compõe o corpo humano não existem isoladamente e sim, como partes inseparáveis de um ser único. Apenas para exemplificar – um cardiologista pode entender que todos os enfartos têm, mais ou menos, a mesma fisiopatologia, mas não pode perder de vista que a vivência de sofrer um infarto é única, característica e totalmente subjetiva.

Com o advento do paradigma holístico, a visão da medicina acadêmica terá oportunidade de expandir seus horizontes ao integrar aos seus conceitos, novos planos de manifestação do Ser. A psicossomática, a homeopatia e a acupuntura são exemplos de áreas já aceitas pela medicina oficial que expandem os limites do ser.
  
Estudos interessantes foram realizados pelo biólogo Rupert Sheldrake sobre o que denominou de campos mórficos. De acordo com suas pesquisas, os organismos vivos herdam, além dos genes, os campos mórficos. Os genes são transferidos materialmente de uma geração a outra, enquanto os campos mórficos seriam herdados de forma não material não apenas de seus pais diretos, mas de toda a espécie. O organismo em desenvolvimento cresceria sob a orientação desses campos que conteriam a memória coletiva da espécie.
Tais pesquisas apontam para a existência de um nível energético no ser humano, no qual funcionariam a acupuntura e a homeopatia, ambas já reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, bem como outras técnicas conhecidas como terapias energéticas ou vibracionais.

Se continuarmos nosso mergulho nas profundezas do ser, vamos encontrar além do plano material e energético, o que as religiões denominam de Espírito e as escolas psicológicas mais abertas denominam de Eu profundo, Self ou Eu superior.

Tal instância – o centro do ser – se assim podemos nos expressar, seria a Essência, responsável pela vida dos afetos, dos sentimentos e da transcedentalidade.