domingo, 23 de dezembro de 2012

E O MUNDO NÃO ACABOU...



Escrevo essas linhas na manhã do dia 22 de dezembro de 2012...

Segundo muitos acreditavam, o mundo não acabou...as profecias não se realizaram.

De qualquer maneira – já que o mundo não acabou mesmo – e a vida continua, posso “aproveitar o clima” e revisar alguns valores que estão norteando a minha vida.

Será que não poderia ser uma pessoa de hábitos mais simples, sem me estressar em ter muitas coisas, consumir, consumir, sempre os últimos modelos de qualquer coisa?

Será que não poderia prestar mais atenção em meus hábitos alimentares e colocar para dentro do meu corpo, ao invés desses “lixos” que se vendem por aí, alimentos mais saudáveis e nutritivos?

Já que o mundo não acabou, será que não poderia fazer circular as tantas coisas que tenho guardadas em casa e que não me servem para nada? Pra que dez pares de sapatos, se eu tenho apenas dois pés?

Será que não poderia tornar mais leve e prazerosa a jornada, reclamando menos da vida e sorrindo mais?

É... eu poderia fazer tantas coisas novas e diferentes...e acho que você também poderia, ou melhor, todos nós poderíamos ser diferentes!

Posso aproveitar que o mundo não acabou e recuperar o poder de decisão sobre a minha vida...e decidir que a partir de agora serei mais feliz e menos ranzinza, mas solidário e menos solitário, mais amoroso e menos rancoroso...

Puxa vida! Vamos pensar que estamos no dia 22 de dezembro de 2013, um dia após o final de um ciclo predito no calendário maia, um dia que pode ser o início de um novo tempo...

Para tanto, basta que tomemos a única decisão possível: MUDAR!

Pois a única coisa permanente no universo é a mudança...

Ótima mudança pra você, um ótimo 2013 e até o próximo fim do mundo!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O MÉDICO DE ANTIGAMENTE



Uma coisa que sempre gostei de fazer foi ouvir (e aprender) com pessoas mais velhas. Tive a feliz oportunidade de conviver com colegas mais antigos na profissão e quase todos afirmavam – com uma certa dose de nostalgia – que na sua época de estudantes tiveram acesso a uma formação onde a cultura humanística e a filosofia eram presença constante.

Falavam com uma ponta de orgulho de como eram respeitados e tratados sempre que reconhecidos por onde andavam. Todos faziam questão de ser seus amigos, convidando-os para um cafezinho a qualquer hora. Evidentemente aquela era uma época bem diferente dos nossos dias. A vida parecia deslizar preguiçosamente, os compromissos nunca eram tão urgentes e tínhamos tempo suficiente para saborear cada acontecimento, cada pessoa, em toda sua plenitude.

Parece que ainda os ouço dizer: “ – bons tempos aqueles...é bem verdade que não tínhamos os recursos de hoje, mas mesmo assim nos sobrava tempo para visitar nossos pacientes, conhecendo-lhes os hábitos, seu estilo de vida, familiares, seus problemas e seus sonhos.”

No início do ano letivo, os catedráticos de então, em suas aulas magnas, repetiam aos jovens acadêmicos as clássicas perguntas dos pensadores de todas as épocas:  “ – quem é, em essência, o Ser Humano? ...qual a finalidade da sua existência?...”

O tempo passou... a tecnologia chegou rapidamente, mudando a face do planeta e invadindo todos os ramos do conhecimento, inclusive a medicina. O aparato tecnológico transformou a arte médica em mera técnica, destruindo a aura quase sagrada que permeava a relação médico-paciente – a relação médico-paciente – basicamente uma relação de total confiança, transformando-a num encontro banal, fortuito e impessoal.

As clássicas perguntas foram para sempre suprimidas das aulas inaugurais de todas as faculdades de medicina e acabaram soterradas por montanhas de aparelhos de última geração e exames sofisticados.

Mas, apesar de emudecidas, continuam em silêncio, aguardando por suas respostas...

Para terminar este artigo, trago alguns trechos da belíssima crônica  do prof. Rubem Alves que nos mostra, de forma talvez nostálgica, a situação do médico nos dias atuais ( retirado de seu livro - “O médico” – ed. Papirus, 2002.)

“ – Antigamente, a simples presença do médico irradiava vida. Antigamente os médicos eram também feiticeiros...

.... A vida circulava nas relações de afeto que ligam o médico àqueles que o cercavam. Naquele tempo os médicos sabiam dessas coisas. Hoje não sabem mais.

...O médico de antigamente era um herói romântico, vestido de branco. As jovens donzelas e as mulheres casadas suspiravam ao vê-lo passar. Ainda bem que a consulta permitia o gozo puro do toque da sua mão...

...O cavaleiro solitário que luta contra a morte é um santo. Quem, jamais, ousaria pensar qualquer coisa de mau contra o médico? Hoje são comuns os processos contra os médicos por imperícia. Ser médico transformou-se num risco. Porque ninguém mais acredita na sua santidade. Talvez porque eles tenham deixado mesmo de ser santos...

...Eu me apaixonei pela imagem. Queria ser feiticeiro. Queria ser o cavaleiro solitário que luta contra a morte. Queria ser o santo....

...Não fui médico. Mas segui pela vida encantado por aquele quadro. O encanto foi quebrado quando fui fazer meu doutoramento nos Estados Unidos. Um dia fui ouvir uma palestra do diretor do hospital da cidade de Princeton, NJ, onde eu estudava. Ele começou sua preleção com esta afirmação que estilhaçou o quadro: “O hospital de Princeton é uma empresa que vende serviços”. “Meu Deus”, eu pensei. “Aquele médico não existe mais”. E percebi que, agora, os médicos se encontram lado a lado com os prestadores de serviço, os encanadores, os eletricistas, os vendedores de seguros, os agentes funerários, os motoristas de táxi. É só procurar na lista de classificados. A presença mágica já não existe. O médico é um profissional como os outros. Perdeu sua aura sagrada.

E me veio, então, uma definição do médico compatível com a definição que o diretor deu para o hospital de Princeton: “um médico é uma unidade biopsicológica móvel, portadora de conhecimentos especializados, e que vende serviços.”

... Acho que os médicos, hoje, são infelizes por causa disto: eles resolveram ser médicos por desejar ser belos como o cavaleiro solitário, puros como o santo, e admirados como o feiticeiro. Era isso que estava dentro deles, ao tomarem a decisão de estudar medicina. E é isso que continua a viver na sua alma, como saudade...

É. A vida lhes pregou uma peça. E hoje a imagem que eles vêem, refletida no espelho, é a de uma unidade biopsicológica móvel, portadora de conhecimentos especializados, e que vende serviços...Os médicos sofrem por saudade de uma imagem que não existe mais.”

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

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BOLETIM

domingo, 4 de novembro de 2012

A MEDICINA ESTÁ DOENTE

Um breve olhar sobre o panorama atual da assistência médica na atualidade nos leva a indagar: o que está acontecendo com a medicina de nosso tempo? 
Vejamos alguns fatos:

 • Cada vez mais se pratica uma medicina armada, provida de ferramentas ultra sofisticadas advindas de uma tecnologia de ponta que nos surpreende com suas notáveis conquistas. Entretanto, apesar de tais recursos, segundo a Associação Médica Americana, a cada ano, cerca de milhares de pessoas morrem devido a efeito colaterais de medicamentos, o que já é a quarta causa de mortes no país.
 • Médicos muitas vezes despreparados, estressados e insatisfeitos por não terem condições mínimas de trabalho, vêem-se obrigados a trabalhar em 3 ou 4 empregos para sobreviver e sustentar suas famílias. Empresas multinacionais e nacionais implantam planos de saúde que, ao mesmo tempo que cobram muito dos seus usuários, remuneram precariamente ao médico, transformando-se em verdadeiras “atravessadoras” da relação médico-paciente e engordando suas receitas anuais em milhares de dólares
• Embora tenhamos uma das floras mais ricas do planeta – verdadeiro tesouro terapêutico, praticamente inexplorado e a mercê da biopirataria, a grande industria farmacêutica mundial encontra em nosso país um verdadeiro paraíso, faturando milhões de dólares ao despejar remédios e mais remédios na população que, por sua vez apresenta acentuada tendência a buscar a auto medicação nos balcões das farmácias pelo Brasil afora. 

 O modelo médico vigente é estruturado nas bases do paradigma newtoniano/cartesiano onde o importante, como já vimos anteriormente, é a análise das partes, como se o corpo fosse uma máquina e a doença, o enguiço ou mau funcionamento de algumas de suas peças Dessa visão departamentalizada surgiram os super especialistas, profissionais que detêm um profundo saber acerca de um setor específico do conhecimento mas que não conseguem ter a percepção global, esquecendo-se de que o coração, os rins, os pulmões, a pele e cada órgão que compõe o corpo humano não existem isoladamente e sim, como partes inseparáveis de um ser único. Apenas para exemplificar – um cardiologista pode entender que todos os enfartos têm, mais ou menos, a mesma fisiopatologia, mas não pode perder de vista que a vivência de sofrer um infarto é única, característica e totalmente subjetiva. 

 Precisamos refletir até que ponto os cuidados médicos são, efetivamente responsáveis pela melhoria da qualidade de vida das pessoas. Um estudo da universidade de Stanford, nos Estados Unidos, relacionou os fatores que levam uma pessoa a viver mais de 65 anos. O resultado mostra em % que tais fatores estão ligados a:
10% - assistência médica adequada.
17% - fatores genéticos.
20%- fatores relacionados ao meio ambiente.
53%- fatores ligados ao estilo de vida da pessoa.

Tais números demonstram claramente a intenção existente na sociedade capitalista atual de se implantar a idéia de que a assistência médica é fundamental e prioritária na manutenção do estado de saúde. Pela referida pesquisa percebe-se que, muito mais relevante é a mudança de hábitos das pessoas. Daí a importância cada vez maior de campanhas educativas de esclarecimento que alcancem a maioria da população, visando a promoção de ações preventivas que façam efetivamente as pessoas se responsabilizarem por sua própria saúde, não vindo a procurar desnecessariamente as ferramentas da medicina curativa, superlotando hospitais e postos de atendimento.

Outro sinalizador da crise da medicina acadêmica é a migração de usuários para as chamadas terapias alternativas que, baseadas no paradigma holístico, enxergam o ser humano como um todo. Tal fenômeno ocorre, não só no Brasil, como em países da Europa e nos Estados Unidos, onde cerca de 200 hospitais já utilizam terapias não alopáticas para complementar o tratamento de seus pacientes. Algumas das mais afamadas escolas de medicina, como as de Harvard e Stanford mantêm departamentos voltados exclusivamente para a pesquisa de terapias alternativas e métodos holísticos de cura. 

No Brasil, embora individualmente, muitos médicos tenham uma visão mais aberta, ainda existe grande preconceito na área acadêmica em relação a temas ligados à espiritualidade. Tal visão contrasta com o movimento internacional que evidencia crescente interesse em estudos nesta área. No seminário “ Espiritualidade no cuidado com o paciente” organizado pela AME ( Associação Médico Espírita do Brasil – SP,,maio 2005 ), o médico Harold G. Koenig, da universidade de Duke (USA) apresentou dados que mostravam que entre 1908 e 1982, foram publicados cerca de 101 artigos médicos sobre espiritualidade e/ou religiosidade, enquanto que de 2003 a 2005 este número aumentou para mais de 1798 artigos sobre o tema. Grande número de médicos brasileiros, talvez por excesso de zelo, preocupação, preconceito ou até mesmo acomodação, continuam passivos a ver o bonde da história passar...Em contrapartida, observa-se um aumento da procura de informações por parte de médicos e profissionais da área da saúde buscando o estudo do tema, tendo destaque a criação das AMEs (Associações de Médicos Espíritas ) pelo país afora, bem como uma busca crescente por parte de jovens médicos pela homeopatia e acupuntura, fazendo com que venha aumentando a cada dia os cursos de especialização nessas áreas, já validadas pelo Conselho Federal de Medicina.

A busca por terapias alternativas aos procedimentos tradicionais se deve, em parte, ao fato de que a medicina convencional, embora trazendo avanços consideráveis, apresenta falhas e distorções, como também ao crescente acesso da grande maioria da população a informações mais aprofundadas na área da saúde, buscando tratamentos mais suaves e com menos efeitos colaterais.

Infelizmente o que observo é que, na prática, defensores ferrenhos e apaixonados de ambas as visões – a convencional e a alternativa engalfinham-se em debates estéreis onde predominam o preconceito e a soberba, quando deveriam entender que ambos os sistemas não são antagônicos e sim complementares e que uma noção integral do paciente possibilitaria a utilização adequada das ferramentas disponíveis para um tratamento mais eficaz.

domingo, 8 de julho de 2012

REFLEXÕES


Amigo leitor, certo dia estava indo de ônibus para um dos consultórios onde atendo quinzenalmente em pequena cidade do interior do estado. Entre um cochilo e outro, pego um livro de psiquiatria para ler, na ilusão de que a viagem seria mais rápida.
Logo após, reparo que um rapaz sentado na poltrona a meu lado observa minha leitura e, após algum tempo, não se contendo, dirige-me a palavra:
“- Desculpe perguntar, mas o senhor é psicólogo ou psiquiatra¿”
Respondi que era psiquiatra e a partir dai, acabamos batendo um bom papo ( e eu não consegui ler o meu livro...rs)
João – esse era seu nome, revelou ser um terapeuta holístico, trabalhando com massagem ayurvédica. Dizia ser terapeuta holístico por convicção, mas no momento estava trabalhando com produção de vídeos com um outro irmão, pois se decepcionara com seu trabalho como terapeuta.
Curioso, perguntei-lhe as causas de sua decepção.
Sem delongas, ele começou a dizer que havia se cansado de orientar as pessoas sobre a necessidade de mudanças estruturais no seu estilo de vida, sem as quais não conseguiriam obter resultados duradouros.
Percebi no tom de sua voz, um certo ar de decepção e inconformismo...
“ De que adianta eu resolver momentaneamente os sintomas dessas pessoas, aliviar suas dores, se na consulta seguinte, voltavam com as mesmas queixas¿ Então doutor eu acabei cansando pois percebi que não conseguiria mudar a cabeça de ninguém... aí parei de ser terapeuta...continuo com minhas convicções holísticas, mas preciso pagar as minhas contas e por isso estou trabalhando na produção de vídeos, que é outra coisa que gosto muito de fazer”
Enquanto João falava, meu pensamento voltava no tempo e via a mim mesmo no começo de minha jornada profissional, com a idade daquele rapaz...
Também eu, nos arroubos da juventude, pretendia mudar o mundo e transformar as pessoas...ficava indignado com a passividade dos meus pacientes que ficavam esperando a cura “cair do céu” sem mexer uma palha para que isso acontecesse.
Nada como o tempo para nos ensinar...
Só o exercício da profissão por quase quatro décadas, ouvindo pessoas das mais variadas posições sociais, com os mais diversos dramas, pode me ensinar que nenhum médico ou terapeuta cura ninguém! O indivíduo adoece por suas atitudes e vai restabelecer seu equilíbrio, mas adiante, também por suas atitudes, pela mobilização da sua vontade.
Podemos, quando muito ser um ajudante, um facilitador no processo da cura, mas a iniciativa e a decisão tem que vir de dentro da pessoa que sofre. E, assim como cada fruta tem o seu tempo certo de amadurecer, também as pessoas se abrem para a saúde, para o novo, para a felicidade no momento adequado.
A cura não vem de fora. A cura vem de dentro...
Quando ia comentar essas lembranças com o João, nosso viagem chegou ao fim. Nos despedimos e, não sei bem porque, fiquei com a impressão de que um dia ele ia voltar a trabalhar como terapeuta holístico...
Paz e Luz!

domingo, 24 de junho de 2012

SUSTENTABILIDADE


Meus amigos, começo a escrever este artigo, no final da reunião RIO + 20, evento que reuniu milhares de pessoas, ativistas, ambientalistas, curiosos e chefes de estado com a pretensão de se buscar soluções para os graves problemas ambientais e econômicos que a sociedade atual vem enfrentando.

Infelizmente, as conclusões foram pífias e óbvias e continuamos a ver nossos líderes, falando muito e fazendo pouco...

A palavra mais pronunciada nesta semana, talvez tenha sido SUSTENTABILIDADE.

Vamos trazer alguns conceitos sobre o tema retirados da Wikipédia -
Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir com o mundo preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. O Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais.

O conceito aí está e implica a participação de cada indivíduo num processo pessoal, ou seja, não posso ficar “torcendo” para que todos atuem, eu tenho que fazer também a minha parte. Em outras palavras para o mundo ficar melhor, eu também preciso ficar melhor...

Na revista Neomondo (ed.maio/junho 2012) a psicóloga Clarissa De Franco, inquire sobre esta questão – 
“ Nosso mundinho e nosso mundão, pessoas mal resolvidas tem como ser socioambientalmente corretas ou conscientes?”

Sempre foi muito mais fácil olhar para fora do que olhar para dentro, ou seja, podemos reconhecer falhas, necessidades e tantas variáveis nas instituições e nas pessoas, mas temos dificuldades em nos aprofundarmos num auto exame, tentando nos conhecer melhor para atuar de forma mais eficiente no mundo que vivemos.

“Homem – conhece-te a ti mesmo” já nos exortava o grande filósofo Sócrates...

Mergulhar dentro de si para tomar contato com nossa sombra e integra-la ao nosso psiquismo, eis a grande e árdua tarefa que cabe a cada um de nós...

Outro aspecto também já conhecido dos grandes filósofos de outrora e que hoje está de certa forma “renascendo” é o princípio de Unicidade que aponta o  fato de que todos estamos interconectados numa grande teia cósmica, ou seja, somos interdependentes e não podemos crescer nem ser felizes sem que o todo também o seja.

Tudo bem, zelar pela natureza, desenvolver um senso crítico mais abalizado em relação aos recursos naturais é dever de todo cidadão e devemos discutir, mobilizar a todos para a grande tarefa de tentar salvar a querida “Mãe Terra”. Mas , além disso, precisamos com urgência ver como andam os recursos do nosso “planeta interior”.

E para terminar, deixo com vocês as palavras da Clarisse em seu belo artigo – Assim caminha a Humanidade, na já citada revista:

“ Portanto – leitores, amigos, humanos em geral – moram dentro e fora de nós aspectos saudáveis e doentes. Cabe-nos, enquanto seres comprometidos com a melhoria de si e do mundo, estender a mão aos companheiros em situação mais frágil ou equivocada (quando assim for possível) e aceitar a mão que nos for oferecida, lembrando de agir com a humildade de quem se reconhece falho e inconsciente em muitos pontos. Façamos de nossos pontos cegos pessoais o impulso para novas ideias de melhoria social. É assim que caminha a humanidade, melhorando o mundinho para melhorar o mundão.”

sábado, 19 de maio de 2012



BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O CÉREBRO

Meus amigos, o fato aí está – o ser humano, a cada dia que passa, vem aumentando a sua expectativa de vida. Estatísticas revelam que em pouco tempo seremos um país com enorme contingente de indivíduos com mais de 65 anos.

Tal notícia vem atrelada a outra evidência – nos dias atuais, vem aumentando em ritmo acelerado, o número de portadores de depressão e de demência (em especial o mal de Alzheimer)

A propaganda massificada estimula a venda de medicamentos, fazendo as indústrias farmacêuticas engordarem sua receita em bilhões de dólares. O que não é muito divulgado são as pesquisas que não envolvem o uso de medicamentos. Por exemplo, um estudo de pesquisadores da Universidade Duke, na Carolina do Norte (outubro/2000) demonstrou que praticar exercícios físicos regularmente é mais eficaz do que se usar medicamentos antidepressivos no tratamento de certos tipos de depressão, pois aumenta os níveis de neurotransmissores ( serotonina, dopamina e outros), relacionados à sensação de bem estar.

O corpo humano foi feito para o movimento, mas as “facilidades” da vida moderna, desde o controle remoto ao vidro elétrico do carro, contribuem para o sedentarismo, favorecendo deste modo o aumento de doenças cardiovasculares e a obesidade, hoje já em nível alarmante, até em adolescentes e crianças.

Estudos recentes demonstram que a atividade física regular promove um aumento das conexões entre os neurônioa, melhorando por conseguinte, a performance de funcionamento das funções cerebrais. Tais pesquisas apontam como benefícios já reconhecidos, da atividade física para o cérebro:
  • Prevenção de acidentes vasculares cerebrais.
  • Redução da incidência de doenças demenciais e degenerativas
  • Melhora do nível de humor e da alegria de viver.
  • Aumento na motivação pessoal e nos interesses sociais.

Evidentemente, a carga de exercício físico irá varias de pessoa para pessoa, e ninguém , principalmente que estiver na terceira idade, irá exercitar-se sem antes ser submetido a uma boa avaliação médica.

De qualquer modo, o alerta está feito – mexa-se, pule, ande, dance, pratique exercícios e você será, com certeza, um ser humano dotado de um cérebro mais saudável, independente da idade que possa ter.

Bons exercícios...e até a próxima!

sábado, 28 de abril de 2012

ACORDAR PARA A VIDA

Trecho de Entrevista do dr. Paulo Neimeyer Filho, concedida à revista Poder:

 “ O que fazer para melhorar o cérebro? - Você tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90 % das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desistímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.”

 Decidi trazer aos amigos, neste artigo, o trecho acima de um neurocirurgião de reconhecida competência profissional e que, de forma clara e inquestionável, relacional o bom funcionamento do cérebro a um estado interior de alegria e prazer de viver. Suas palavras nos remete ao conceito de saúde, que obviamente não significa apenas ausência de doenças. A própria OMS reconhecendo a abrangência do conceito, define saúde como sendo o bem estar bio, psico, social e espiritual do Homem. Outra questão a se considerar é o que vem a ser exatamente o conceito de bem estar. Em seu livro Medicina Vibracional (Ed.Cultrix), o dr. Richard Gerber assim nos informa: “ Nós definimos bem estar como um estado no qual um ser humano opera num nível ótimo de integração entre os elementos do corpo, da mente e do espírito. No dia a dia, vamos vivendo sem muito pensar...Quantos de nós acordamos de manhã com a penosa sensação de termos de cumprir mais uma pesada obrigação? Sem perceber vamos nos adaptando ao sistema, aos costumes, ao trânsito congestionado, à sociedade de consumo. E então, essa fantástica característica do ser humano – a adaptação, acaba funcionando como um instrumento danoso e prejudicial, pois perdemos o senso crítico e a capacidade de governar a própria vida, tornando-nos seres robotizados, dando pipoca aos macacos nos domingos, como dizia o genial Raul Seixas... Mas, como o dr. Paulo Niemeyer Filho, também sou otimista e acredito na capacidade que o ser humano possui de caminhar para a felicidade e para o amor. Vivemos um tempo onde somos saturados por um sem número de informações, todas muito sedutoras, onde podemos, sem perceber, abrir mão do poder de decidir a própria vida. Consciência, eis a palavra chave para uma vida equilibrada e cheia de bem estar... Como dizia o poeta Gonzaguinha em seus maravilhosos versos: “ VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ... CANTAR E CANTAR E CANTAR A ALEGRIA DE SER UM ETERNO APRENDIZ...”

sábado, 17 de março de 2012

REFLEXÕES

TRAGO ALGUMAS CITAÇÕES PARA NOSSA REFLEXÃO...

“ A arte mais divina é a arte de curar. E ela deve ocupar-se tanto com a alma como com o corpo, pois nenhuma criatura pode ser saudável enquanto sua natureza superior estiver enferma”
PITÁGORAS

“ Quando as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia do ser, terão dado grande passo e horizontes novos se lhes patentearão. As causas de muitas moléstias serão a esse tempo descobertas e encontrados poderosos meios de combate-las”
ALLAN KARDEC
(Obras Póstumas)

“ O termo holístico, utilizado em referência às condições de saúde e bem esta dos seres humanos, implica não apenas um equilíbrio entre os diversos aspectos do corpo e da mente, mas também entre as forças multidimensionais do espírito, as quais, até o momento, foram imperfeitamente compreendidas pela grande maioria das pessoas. Na verdade, é o poder do espírito que movimenta, inspira e insufla vida nesse veículo que conhecemos como corpo físico. Um sistema de medicina que negue ou ignore a sua existência será incompleto, pois exclui o atributo mais importante da existência humana – a dimensão espiritual.”
RICHARD GERBER
(Medicina Vibracional)

segunda-feira, 12 de março de 2012

RESGATANDO A AUTO ESTIMA

Sempre nos pautando na visão holística não podemos cair no equívoco de tentar entender o ser humano dissociado do seu meio ambiente e de seus relacionamentos. A saúde de um indivíduo resulta do seu mundo interno, bem como da maneira como interage com o mundo exterior.
Toneladas de papel já foram gastas na produção de livros de auto ajuda, nos quais encontramos desde conselhos óbvios e sensatos até sugestões mirabolantes e sem sentido. Um dos temas preferidos nesta área é a questão da auto estima.
Começamos a desenvolvê-la na infância, a partir de como as outras pessoas nos tratam. As crenças e valores dos pais (e ancestrais) são introjetados pelo indivíduo e vão funcionar como modelos, verdadeiras lentes pelas quais ele irá ver o mundo e a si próprio.
Gostar de si é fator primordial para a estruturação de uma vida saudável. Ao longo do desenvolvimento, a pessoa pode alterar seus programas e melhorar seu grau de auto estima. Outro aspecto interessante é que o indivíduo não apresenta o mesmo grau de auto estima nas diversas áreas de sua vida. Por exemplo, alguém pode ser plenamente seguro de si na área profissional mas sentir-se frágil e vacilante na vida afetiva ou vice-versa.
O primeiro passo para melhorar a auto estima é a identificação das crenças negativas que foram construídas no decorrer da vida. Tarefa esta, muitas vezes difícil, a exigir atenção e investimento em si próprio. A chave para se atingir tal objetivo está no conselho inscrito no portal do oráculo de Delfos na Grécia antiga – “ homem conhece-te a ti mesmo”. Em certas situações da vida, talvez seja necessário a busca de ajuda através de uma psicoterapia.
Muitas vezes quando crianças, percebíamos que se nos adaptássemos a determinados padrões, éramos recompensados com elogios e afeto. Com tal adaptação, vamos sutilmente nos afastando sem nos dar conta, de nossas reais necessidades. Ao crescer e se tornar adulto, o indivíduo vai reproduzir os padrões cultivados em seu intimo, como velhos programas instalados num computador, que tendem a se repetir indefinidamente até serem substituídos por versões mais modernas e adequadas às necessidades da vida madura.
Não se deve entender que não existam valores e padrões úteis e proveitosos. Estes devem ser mantidos e até mesmo aprimorados. O que precisamos é resgatar o contato com a nossa própria essência, compreendendo que a verdadeira sabedoria é se perceber do real tamanho que se é, nem maior, nem menor. É aceitar que somos seres humanos em construção permanente e que erros e fracassos também fazem parte do processo de crescimento. Negar a própria sombra é viver desconectado de si próprio, enquanto sua aceitação é o início do processo de se tornar uma pessoa inteira.
Todos nós temos três imagens representativas. A primeira é a de quem realmente nós somos. A segunda é aquela que os outros fazem da nossa pessoa e a terceira é a imagem que julgamos que os outros fazem de nós. É muito difícil que, na prática, essas três imagens coincidam totalmente. Grande numero de pessoas procura tentar corresponder à maneira pela qual julgam que os outros lhes vêem, mesmo que para isso tenha que ir contra a sua própria natureza, mutilando-se psiquicamente para serem aceitos.
É obvio que, ao vivermos em sociedade, naturalmente temos que nos adaptar às regras e padrões para viver uma vida razoavelmente equilibrada. Entretanto, esse nível de adaptação deve respeitar nossas convicções internas, sem o qual, corremos o risco de ser um ator a representar os papéis da vida, sem a vivermos de verdade.
Dentro dos vários modelos em que fomos criados, muitos deles nos colocam a imposição de que termos de ser vitoriosos a qualquer custo. A necessidade compulsiva de se agir sempre de forma perfeita acaba criando na pessoa uma ansiedade neurótica impossível de ser resolvida, pois uma das características que nos faz mais humanos é exatamente a imperfeição. Não que devamos nos acomodar e viver de qualquer jeito. Será sempre uma medida salutar que busquemos situações melhores e mais adequadas a uma boa qualidade de vida. Entretanto, devemos nos convencer de que, por enquanto, somos perfeitos apenas em nossa essência, e aqui estamos nesse mundo para concretizar nosso potencial divino. Somos seres em constante estado de vir a ser, em contínuo aprimoramento.
Desta forma, não se preocupe tanto com o seu desempenho, apenas procure viver e fazer tudo que tem por fazer de maneira ética, alegre e criativa. É bem verdade que, em certos períodos da vida, as coisas parecem não dar certo e uma nuvenzinha escura teima por permanecer sobre nossa cabeça. Não veja nessas circunstâncias, um terrível castigo dos céus, mas sim, procure entender o que este período ou essas circunstancias difíceis estão querendo ensinar para você. Esse é o caminho natural para o crescimento interior. Olhando a vida sobre esse prisma, você verá que a perfeição é impossível pelo simples fato de que não acabamos o “curso” e a cada novo dia, uma lição diferente será oferecida para sua reflexão.

sexta-feira, 9 de março de 2012

CÉREBRO E MENTE

Tarefa relativamente fácil é considerarmos o cérebro como o órgão nobre por excelência, sede do sistema nervoso. Como vimos anteriormente, veio evoluindo filogeneticamente desde os organismos elementares até adquirir a configuração atual no homo sapiens, com seus dois hemisférios e cerca de 100 bilhões de neurônios, sendo que cada um deles pode estabelecer perto de 10 mil conexões (sinapses) com outros neurônios.
Essa fabulosa população celular acaba se organizando em grupos que trabalham sincrônicamente, executando diferentes funções, como os diversos músicos de uma orquestra executariam variados movimentos obedecendo às ordens de um maestro. Poderíamos dizer que, nesta comparação, a mente seria o grande maestro desta orquestra maravilhosa.
Até aí, tudo bem...
Mas...o que vem a ser a mente, este maestro brilhante que faz a orquestra produzir os mais brilhantes movimentos?
A tentativa de responder a esta pergunta nos desloca inevitavelmente para a fronteira entre os dois paradigmas vigentes na atualidade. A visão cartesiana/newtoniana coloca a mente como um atributo material, resultado emergente de toda a atividade cerebral, embora a rigor e apesar de todo o desenvolvimento tecnológico e científico, ainda não se pode afirmar com convicção que mente e cérebro sejam a mesma coisa.
A tese holística, aceitando outras dimensões não materiais do ser, define a mente como algo independente do cérebro. Fazendo uma comparação com a informática, diríamos que a visão holística coloca o cérebro como a estrutura física do computador (hardware) e a mente como os programas que lhe são instalados e que o fazem funcionar (software). Ambos, hardware e software, formam uma unidade funcional onde não faz sentido a existência de um sem a integração com o outro.
Nesse esquema, perguntaríamos: quem é o operador do sistema?...
O fato é que o desenvolvimento das pesquisas na área da física quântica nos aponta para uma realidade que transcende a matéria física. Conceitos como materialismo e espiritualismo não podem mais serem vistos como excludentes e sim como complementares na visão do paradigma holístico.
Para terminar esse capítulo trago as palavras instigantes de Deepak Chopra, médico indiano, autoridade reconhecida na área de medicina alternativa, em seu livro “ Vida Incondicional” (ed. Best Seller):
“O que é mente senão o que experimenta, o que sabe? O que é corpo senão o experimentado, o conhecido? Se posso mudar minha atenção de um para o outro, então deve existir um “eu” que não está preso ao dualismo da mente-corpo. Esse “eu” não pode ser descoberto por métodos simples. Não posso olhar para ele, porque está no meu olho; não posso ouvi-lo porque está em meu ouvido; não posso tocá-lo porque está em meus dedos. Então, o que resta? Somente a voz interior que sussurra: “Vá além”. Seguindo essa ordem eu talvez venha a me perder num território desconhecido.”
Palavras profundas que nos deixam a pensar....

sábado, 3 de março de 2012

A CRIANÇA INTERIOR

“ Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o reino de Deus”
Jesus Cristo.
A maioria das correntes em psicologia é enfática ao apontar os primeiros anos de nossa vida como fundamentais para a formação das crenças que vão nos acompanhar pelo resto da vida. As crianças, mesmo ainda dentro do útero materno, são extremamente sensíveis à atmosfera mental dos adultos que as cercam. Quando nascemos, passamos a sofrer a influência contínua dos nossos pais (ou das figuras que foram encarregadas de nos cuidar) num envolvimento energético e verbal constante no processo da educação. Evidentemente nenhum pai ou mãe irá desejar o mal para seu filho; entretanto não existe “educação perfeita”, pois só podemos transmitir aquilo que recebemos e nossos pais nos educam de acordo com o padrão com o qual foram educados por nossos avós.
Desde pequenos percebemos que, se agirmos de determinada maneira, recebemos a aprovação dos adultos, ao passo que outras atitudes provocam desaprovação e castigo. Passamos então a agir tentando conquistar a aceitação e nos acostumamos a ser “bonzinhos” e “obedientes”, criando desta forma uma roupagem social com a qual nos manifestamos no mundo, conquistando nosso espaço e garantindo a recepção de amor. Ao nos tornarmos adultos, acreditamos que esse disfarce usado durante tanto tempo seja a nossa real natureza, o que não é verdadeiro. Dessa forma, deixamos de ter contato com o que realmente somos e perdemos toda a espontaneidade nos relacionamentos o que acarreta frustração e dor. Nesse momento, ao perder a espontaneidade e a pureza de quem somos, deixamos de ser crianças e ingressamos no mundo dos adultos...
Quando crianças somos verdadeiras “esponjas” assimilando não só o ambiente vibracional em que vivemos como o estilo de vida e as crenças de nossos pais. Se são vencedores, naturalmente seremos também vencedores. Ao contrário, se tiverem feito a opção de viverem o fracasso, certamente não encontraremos outra coisa a não ser o fracasso pela frente. Também é claro que não importa muito o que os pais dizem e sim o que fazem no cotidiano. Suas atitudes é que serão o modelo a ser seguido pelos filhos.
Muitas vezes levamos para a vida adulta, os conflitos e carências da infância, repetindo no relacionamento com os outros o mesmo padrão de quando éramos pequenos. Isso, com certeza compromete nosso equilíbrio, pois a nossa criança interior ferida continua “dando as cartas” na vida adulta. Por exemplo: uma menina amava muito seu pai, mas este era alcóolatra e a maltratava com rudeza e agressividade. Com muita possibilidade, quando se tornar adulta, tendo introjetado o padrão de que não merece receber amor de qualquer figura masculina, esta pessoa passará a atrair homens que venham a confirmar suas crenças, ou seja – indivíduos rudes, agressivos e violentos.
Outro exemplo: se quando pequeno, seus pais eram muito rígidos e exigiam muito de você, com certeza agora como adulto você será uma pessoa dura consigo mesmo, se exigindo, criticando e não admitindo falhas. Ou seja – uma receita quase infalível para o sofrimento e a neurose, certo?
Com todo o processo de educação acabamos por consolidar uma série de crenças auto limitantes, principalmente ao acreditarmos na premissa de que não somos suficientemente bons e, portanto, não merecemos a felicidade. Essa postura é reforçada pela religião que faz com que acreditemos que o mundo é um “vale de lágrimas” e que aqui estamos para sofrer e pagar os pecados.
Também a cultura ocidental nos fez acreditar que os adultos têm de estar sempre sérios, trabalhando e tratando de assuntos muito importantes. A maioria de nós traz a criança interior ferida e/ou sufocada. Para adquirirmos a saúde integral nos caminhos do Ser, precisamos reconectarmo-nos com esta criança que habita em nós.
E como fazer isso?
Simples. Comece a brincar mais, faça coisas que não fazia desde pequeno (por exemplo, tocar a campainha das casas e sair correndo...) Compre um bom livro de piadas e conte-as a seus amigos. Leve sua esposa/noiva/namorada para comer pipoca num parque de diversões. Falte um dia ao seu trabalho e fique andando à toa. Coma cachorro quente sem guardanapo e se lambuze todo...
Mas calma! Não se assuste! Não quero que você veja em minhas sugestões um incentivo à irresponsabilidade e à anarquia. Isso por certo iria lhe trazer muitos problemas. Chamo a atenção apenas para que reflita e passe a olhar para as dificuldades da vida com outra visão. Ao invés de encaixar os problemas no velho chavão: “coisas chatas que acontecem só comigo e atrapalham a minha vida”, comece a fazer a pergunta certa: - por que esse tipo de obstáculo cruza com tanta frequência o meu caminho? O que será que preciso aprender com isso?
Convide amorosamente sua criança interna a vir à superfície, atualize-a e lhe permita ajudá-lo com a sua criatividade espontânea a ver tudo com mais alegria, fé e entusiasmo. Pratique mais a “criancice” e veja só como sua vida irá mudar!
Uma parceria equilibrada entre a criança que existe em seu interior e o adulto que você é, por certo lhe trará uma vida mais prazerosa. Se pensar desta maneira, vai ver que na próxima vez que fôr passear em algum parque de sua cidade, uma linda borboleta azul virá brincar com você...Saia da realidade e voe com ela, mergulhando nos seus sonhos...
Se entrarmos em contato com nossa criança interior dando-lhe amor e carinho, aceitando-a tal qual é, estaremos dando um importante passo no caminho da própria cura. Aí então, com esperança e criatividade poderemos dar nossa melhor contribuição para a cura do Planeta. Depende de nós...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA

Neste pequeno artigo, vou tentar descrever um comportamento que vem se mostrando cada vez mais freqüente nos relacionamentos humanos. É o que estou denominando de dependência energética.
Dependência, segundo o dicionário é – sujeição, submissão, obediência, subordinação
Em nosso cotidiano, vamos observar que se emprega o termo ligando-o ao uso abusivo de drogas ilícitas, medicamentos controlados, bebidas alcoólicas, também existindo o emprego do uso como ao se referir que alguém é dependente de outra pessoa ou de alguma situação da qual não consegue se livrar.
E aí que entramos com o nosso conceito de DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA.
Todos nós temos um padrão específico de energia a nos caracterizar a personalidade. Tal padrão é produto do que trazemos em nosso arquivo espiritual e também fruto dos nossos pensamentos e de nossas crenças.
Essa “atmosfera” energética vai fazer com que atraiamos e sejamos atraídos por pessoas que vibrem na mesma faixa em que nos situamos, bem como sejamos repelidos ou afastemos aqueles que não comunguem com o nosso jeito de ser e de pensar. A lei de afinidade está presente em todos os recantos do Universo!
Somos os únicos responsáveis pela manutenção da nossa saúde energética e precisamos de tempos em tempos, haurir novas energias, principalmente no contato com as forças da natureza, seja andando num parque arborizado, mergulhando nas águas de uma praia ou de uma cachoeira.
Quando não realizamos tais procedimentos de forma regular, temos uma “baixa” energética e acabamos por “sugar” a energia das pessoas com as quais convivemos . Se essa carência energética prossegue por um tempo mais dilatado, chegamos a desencadear até mesmo doenças no corpo físico.
Outras vezes, acabamos por confundir a afinidade energética que nutrimos por outra pessoa com um sentimento mais profundo e acreditamos estar apaixonados por aquele ser em cuja companhia tudo se transforma em alegria e luz!
Nessas situações, muitas vezes, acabamos por nos viciar na energia daquela pessoa, passando a buscá-la (fisicamente ou pelo pensamento) em todos os momentos.
Criamos até expressões como –“você é o ar que eu respiro!” para explicar tais processos simbióticos que acabam algemando as pessoas umas às outras.
O AMOR verdadeiro sempre é libertador! Como um pássaro livre, o ser amado tem os céus como destino.
Isso é muito diferente da dependência energética, onde o “viciado” quer o pássaro preso numa gaiola (mesmo que dourada, ainda assim uma gaiola...)
Outra expressão – “ Sem você a minha vida não tem sentido!”
Pessoas que agem dessa maneira, num mecanismo neurótico e egoísta, acabam por sugar a energia do companheiro, desvitalizando-o, sem mesmo ter consciência da nocividade deste procedimento.
Que possamos prestar atenção ao nosso padrão de energia, buscando torná-lo saudável e equilibrado
A manutenção da nossa vitalidade energética nem sempre é tarefa fácil, pois somos com freqüência, bombardeados por energias negativas que podem vir de pessoas que não nos estimam ou simplesmente de lugares e/ou pessoas negativas e invejosas.
E em relação às nossas relações afetivas precisamos considerar que só seremos verdadeiramente capazes de amar alguém quando estivermos nos autonutrindo energéticamente, estabelecendo não uma relação de dependência energética, mas sim, uma relação verdadeira de troca satisfatória entre nós e aquele que amamos.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

INVERSÃO DE PAPÉIS

Um dia desses, lá pelas seis da tarde, estava eu no supermercado a fazer umas comprinhas. Aquele horário sempre apresentava um grande movimento...carrinhos lotados de compras iam e vinham num movimento sem fim.

Pois bem, finalizando as compras, dirigi-me ao caixa preferencial (essa é uma das vantagens de se ter 61 anos...rs). Logo atrás de mim, um outro senhor esperava a sua vez, quando uma moça de seus trinta anos, acompanhada de uma linda menina, que deveria ter uns oito anos e ser sua filha, ia se encaminhando para nossa fila (a dos velhinhos...rs)

Prontamente, a menina puxando o braço da genitora, exclamou:
“- mamãe, não podemos entrar nessa fila que este caixa é preferencial “
A mãe em tom de bronca, responde quase gritando:
“- que nada, neste horário não tem nada disso, podemos entrar em qualquer fila!”
Eu e o outro senhor, trocamos um olhar que não precisou de palavras. Estávamos, ambos espantados com aquela cena.

Que mundo é esse em que uma criança ensina os princípios básicos de civilidade e cidadania à sua mãe, numa completa inversão de papéis, pois quem deveria ensinar –e dar o exemplo, era a mãe e não a filha.
Sei que não era o momento de filosofar, mas não consegui deixar de refletir com os meus botões...
Por que andamos todos tão estressados, sem paciência uns com os outros? Por que tanta agressividade entre as pessoas, todas querendo levar vantagem e “se dar bem”?
Onde se esconderam aqueles valores que nos dizem para respeitar os mais velhos, sermos honestos, fraternos e colaborativos?
Em que ponto nos perdemos?...

O mundo está mesmo mudando. As crianças de hoje representam a esperança de que é possível uma convivência melhor, pois trazem ao renascer, valores salutares, independentes da educação que seus pais tentam (?) lhes passar.
Todos somos seres cósmicos a caminho da luz!
Uns já se encontram bem a frente, enquanto outros se demoram na retaguarda.
Este é o caminho da evolução.
E nessa longa jornada temos que nos perguntar – o que estou aprendendo e ensinando nesta vida?
Que cada um tenha clareza e lucidez para encontrar suas respostas, é o que sinceramente desejo
Um abraço!


Luiz Sérgio

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O MÉDICO DE ANTIGAMENTE...

Queridos amigos, sem nos aprofundarmos nas causas (que são inúmeras e complexas) assinalo a decadência da figura que o médico representa nos dias atuais, em que a saúde a nível publico acha-se sucateada e o pouco que dela sobra está nas mãos das poderosas associações de medicina de grupo. Apenas deixo como reflexão alguns trechos da belíssima crônica de Rubem Alves, em seu livro “O médico” – ed. Papirus, 2002.
“ – Antigamente, a simples presença do médico irradiava vida. Antigamente os médicos eram também feiticeiros...
....A vida circulava nas relações de afeto que ligam o médico àqueles que o cercavam. Naquele tempo os médicos sabiam dessas coisas. Hoje não sabem mais.
...O médico de antigamente era um herói romântico, vestido de branco. As jovens donzelas e as mulheres casadas suspiravam ao vê-lo passar. Ainda bem que a consulta permitia o gozo puro do toque da sua mão...
...O cavaleiro solitário que luta contra a morte é um santo. Quem, jamais, ousaria pensar qualquer coisa de mau contra o médico? Hoje são comuns os processos contra os médicos por imperícia. Ser médico transformou-se num risco. Porque ninguém mais acredita na sua santidade. Talvez porque eles tenham deixado mesmo de ser santos...
...Eu me apaixonei pela imagem. Queria ser feiticeiro. Queria ser o cavaleiro solitário que luta contra a morte. Queria ser o santo....
...Não fui médico. Mas segui pela vida encantado por aquele quadro. O encanto foi quebrado quando fui fazer meu doutoramento nos Estados Unidos. Um dia fui ouvir uma palestra do diretor do hospital da cidade de Princeton, NJ, onde eu estudava. Ele começou sua preleção com esta afirmação que estilhaçou o quadro: “O hospital de Princeton é uma empresa que vende serviços”. “Meu Deus”, eu pensei. “Aquele médico não existe mais”. E percebi que, agora, os médicos se encontram lado a lado com os prestadores de serviço, os encanadores, os eletricistas, os vendedores de seguros, os agentes funerários, os motoristas de táxi. É só procurar na lista de classificados. A presença mágica já não existe. O médico é um profissional como os outros. Perdeu sua aura sagrada.
E me veio, então, uma definição do médico compatível com a definição que o diretor deu para o hospital de Princeton: “um médico é uma unidade biopsicológica móvel, portadora de conhecimentos especializados, e que vende serviços.”
... Acho que os médicos, hoje, são infelizes por causa disto: eles resolveram ser médicos por desejar ser belos como o cavaleiro solitário, puros como o santo, e admirados como o feiticeiro. Era isso que estava dentro deles, ao tomarem a decisão de estudar medicina. E é isso que continua a viver na sua alma, como saudade...
É. A vida lhes pregou uma peça. E hoje a imagem que eles vêem, refletida no espelho, é a de uma unidade biopsicológica móvel, portadora de conhecimentos especializados, e que vende serviços...Os médicos sofrem por saudade de uma imagem que não existe mais.”

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O CONCEITO DE SAÚDE

Via de regra, a maioria das pessoas associa a saúde a um corpo equilibrado e sem doenças. Isso é apenas parte da verdade, pois o conceito de saúde é extenso, complexo e multifatorial. A OMS – Organização Mundial de Saúde definia o termo como sendo o bem estar bio-psico-social do indivíduo. Atualmente, já incorporou o aspecto espiritual em sua definição.
A maioria das pessoas só vai a busca de um médico para aliviar um sintoma, geralmente doloroso que as estejam incomodando ou impedindo de exercer suas atividades cotidianas. Para o médico tradicional, a recuperação da saúde viria com a prescrição de medicamentos ou com o emprego de técnicas específicas para a remoção dos sintomas. Utilizando a definição multifatorial do conceito de saúde, o objetivo do tratamento não seria apenas a eliminação dos sintomas ( geralmente sinais de advertência de que algo não vai bem ) e sim a obtenção de um estado geral de bem estar e de uma melhor qualidade de vida.
Recorro ao dr. Richard Gerber em seu livro – “ Medicina Vibracional” (Ed. Cultrix) para trazer luz a essa questão:
“ Existe grande diferença entre “ausência de sintomas” e bem estar. Nós definimos bem estar como um estado no qual um ser humano opera num nível ótimo de integração entre os elementos do corpo, da mente e do espírito.
O indivíduo que goza de bem estar é aquele que, além de ser feliz, saudável e completo também vê propósito e significado em sua vida. Na definição de saúde e bem estar está implícita uma mudança de consciência que contribui para o aprendizado de novas idéias, ajuda o indivíduo a compreender a si mesmo e, de modo geral, proporciona constante apoio ao crescimento psicológico e espiritual da pessoa.”
Entendendo a saúde como um conceito global, podemos também percebê-la em três níveis específicos:
1 – Em relação a si mesmo:
O avanço das comunicações vem difundindo conceitos que mostram a importância de se cuidar do corpo para a manutenção de uma boa saúde. Campanhas contra o sedentarismo e hábitos mais naturais de alimentação tentam mobilizar cada vez mais a opinião pública. O estresse das mais variadas origens, bem como preocupações com a sobrevivência e a excessiva competitividade são apontados como grandes vilões da saúde. A popularização do conhecimento faz com que a maioria das pessoas tenha acesso a informações que lhes propiciam condições de manter um nível mais adequado de saúde e bem estar. Todos estão mais receptivos a campanhas de vacinação e procedimentos profiláticos em relação a doenças de massa.
2 – No convívio com o outro:
Na área da saúde psíquica, observamos as emoções e os sentimentos sendo a cada dia mais valorizados, levando as pessoas a uma reavaliação contínua na qualidade dos seus relacionamentos. Esse é um tema delicado e complexo, pois o homem que vivia acorrentado a padrões rígidos de conduta, a normas sociais do que se considerava certo ou errado, de repente, viu-se sem parâmetros externos que pudessem nortear suas atitudes. Isso, de certa forma, o deixou confuso. O excessivo materialismo também fez com que descambasse para um individualismo predatório e egoístico. De certa forma, as necessidades econômicas que fizeram a mulher abandonar o seu antigo posto de dona de casa e partir para o mercado de trabalho, desestabilizaram as relações homem-mulher e o que vemos agora é uma sociedade repensando seus valores relacionais como família e casamento. Tal processo de transformação, inevitavelmente, vem acompanhado de uma dose de angústia e incerteza, o que certamente influencia a saúde emocional dos indivíduos.
3 – No equilíbrio do planeta:
Nenhum habitante da Terra em sã consciência poderá alegar ignorância em relação aos problemas ecológicos da atualidade, tais como o aquecimento global, a poluição de mares e rios e o desmatamento desenfreado que vem agravando significativamente a qualidade de vida. Apesar de interesses mesquinhos e egoístas das nações mais desenvolvidas que cínicamente tentam um discurso de retórica que não se vê aplicado na prática, cada vez mais a população se conscientiza de que é preciso se fazer alguma coisa até mesmo para se preservar a vida humana. Assim, podemos também falar em saúde planetária, tema esse que prioriza a importância do equilíbrio entre o homem e sua morada cósmica.