segunda-feira, 26 de novembro de 2012

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BOLETIM

domingo, 4 de novembro de 2012

A MEDICINA ESTÁ DOENTE

Um breve olhar sobre o panorama atual da assistência médica na atualidade nos leva a indagar: o que está acontecendo com a medicina de nosso tempo? 
Vejamos alguns fatos:

 • Cada vez mais se pratica uma medicina armada, provida de ferramentas ultra sofisticadas advindas de uma tecnologia de ponta que nos surpreende com suas notáveis conquistas. Entretanto, apesar de tais recursos, segundo a Associação Médica Americana, a cada ano, cerca de milhares de pessoas morrem devido a efeito colaterais de medicamentos, o que já é a quarta causa de mortes no país.
 • Médicos muitas vezes despreparados, estressados e insatisfeitos por não terem condições mínimas de trabalho, vêem-se obrigados a trabalhar em 3 ou 4 empregos para sobreviver e sustentar suas famílias. Empresas multinacionais e nacionais implantam planos de saúde que, ao mesmo tempo que cobram muito dos seus usuários, remuneram precariamente ao médico, transformando-se em verdadeiras “atravessadoras” da relação médico-paciente e engordando suas receitas anuais em milhares de dólares
• Embora tenhamos uma das floras mais ricas do planeta – verdadeiro tesouro terapêutico, praticamente inexplorado e a mercê da biopirataria, a grande industria farmacêutica mundial encontra em nosso país um verdadeiro paraíso, faturando milhões de dólares ao despejar remédios e mais remédios na população que, por sua vez apresenta acentuada tendência a buscar a auto medicação nos balcões das farmácias pelo Brasil afora. 

 O modelo médico vigente é estruturado nas bases do paradigma newtoniano/cartesiano onde o importante, como já vimos anteriormente, é a análise das partes, como se o corpo fosse uma máquina e a doença, o enguiço ou mau funcionamento de algumas de suas peças Dessa visão departamentalizada surgiram os super especialistas, profissionais que detêm um profundo saber acerca de um setor específico do conhecimento mas que não conseguem ter a percepção global, esquecendo-se de que o coração, os rins, os pulmões, a pele e cada órgão que compõe o corpo humano não existem isoladamente e sim, como partes inseparáveis de um ser único. Apenas para exemplificar – um cardiologista pode entender que todos os enfartos têm, mais ou menos, a mesma fisiopatologia, mas não pode perder de vista que a vivência de sofrer um infarto é única, característica e totalmente subjetiva. 

 Precisamos refletir até que ponto os cuidados médicos são, efetivamente responsáveis pela melhoria da qualidade de vida das pessoas. Um estudo da universidade de Stanford, nos Estados Unidos, relacionou os fatores que levam uma pessoa a viver mais de 65 anos. O resultado mostra em % que tais fatores estão ligados a:
10% - assistência médica adequada.
17% - fatores genéticos.
20%- fatores relacionados ao meio ambiente.
53%- fatores ligados ao estilo de vida da pessoa.

Tais números demonstram claramente a intenção existente na sociedade capitalista atual de se implantar a idéia de que a assistência médica é fundamental e prioritária na manutenção do estado de saúde. Pela referida pesquisa percebe-se que, muito mais relevante é a mudança de hábitos das pessoas. Daí a importância cada vez maior de campanhas educativas de esclarecimento que alcancem a maioria da população, visando a promoção de ações preventivas que façam efetivamente as pessoas se responsabilizarem por sua própria saúde, não vindo a procurar desnecessariamente as ferramentas da medicina curativa, superlotando hospitais e postos de atendimento.

Outro sinalizador da crise da medicina acadêmica é a migração de usuários para as chamadas terapias alternativas que, baseadas no paradigma holístico, enxergam o ser humano como um todo. Tal fenômeno ocorre, não só no Brasil, como em países da Europa e nos Estados Unidos, onde cerca de 200 hospitais já utilizam terapias não alopáticas para complementar o tratamento de seus pacientes. Algumas das mais afamadas escolas de medicina, como as de Harvard e Stanford mantêm departamentos voltados exclusivamente para a pesquisa de terapias alternativas e métodos holísticos de cura. 

No Brasil, embora individualmente, muitos médicos tenham uma visão mais aberta, ainda existe grande preconceito na área acadêmica em relação a temas ligados à espiritualidade. Tal visão contrasta com o movimento internacional que evidencia crescente interesse em estudos nesta área. No seminário “ Espiritualidade no cuidado com o paciente” organizado pela AME ( Associação Médico Espírita do Brasil – SP,,maio 2005 ), o médico Harold G. Koenig, da universidade de Duke (USA) apresentou dados que mostravam que entre 1908 e 1982, foram publicados cerca de 101 artigos médicos sobre espiritualidade e/ou religiosidade, enquanto que de 2003 a 2005 este número aumentou para mais de 1798 artigos sobre o tema. Grande número de médicos brasileiros, talvez por excesso de zelo, preocupação, preconceito ou até mesmo acomodação, continuam passivos a ver o bonde da história passar...Em contrapartida, observa-se um aumento da procura de informações por parte de médicos e profissionais da área da saúde buscando o estudo do tema, tendo destaque a criação das AMEs (Associações de Médicos Espíritas ) pelo país afora, bem como uma busca crescente por parte de jovens médicos pela homeopatia e acupuntura, fazendo com que venha aumentando a cada dia os cursos de especialização nessas áreas, já validadas pelo Conselho Federal de Medicina.

A busca por terapias alternativas aos procedimentos tradicionais se deve, em parte, ao fato de que a medicina convencional, embora trazendo avanços consideráveis, apresenta falhas e distorções, como também ao crescente acesso da grande maioria da população a informações mais aprofundadas na área da saúde, buscando tratamentos mais suaves e com menos efeitos colaterais.

Infelizmente o que observo é que, na prática, defensores ferrenhos e apaixonados de ambas as visões – a convencional e a alternativa engalfinham-se em debates estéreis onde predominam o preconceito e a soberba, quando deveriam entender que ambos os sistemas não são antagônicos e sim complementares e que uma noção integral do paciente possibilitaria a utilização adequada das ferramentas disponíveis para um tratamento mais eficaz.