domingo, 13 de novembro de 2011

SÓ SEI QUE NADA SEI...

“ Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”
W. Shakespeare


O ser humano sempre teve um incontrolável fascínio para tentar desvendar os enigmas da vida.. .Na penumbra das cavernas pré históricas, movido muito mais por medo e pela curiosidade do que pela inteligência, observando os fenômenos da natureza, acabou por descobrir o fogo e com ele iniciou diversos ciclos de aprendizagem contínua que o faz, nos tempos de hoje, construir naves espaciais e buscar a existência de vida em outros planetas.

O fantástico desenvolvimento da inteligência humana, acabou por trazer um grave efeito colateral. Narcisicamente, o homem se deixou seduzir por si próprio e inadvertidamente acabou por acreditar ser o próprio Deus!

Tal distorção, motivada pelo orgulho e pela vaidade, acabou por obstruir seu caminho em direção à compreensão da verdade e dos reais objetivos da vida. O sentimento de onipotência é frequentemente encontrado (com várias e honrosas exceções) nos ambientes universitários, nas catedrais da ciência. Em tais redutos intelectuais encontramos mentes repletas de conhecimento e rasas de sabedoria, cada uma querendo fazer valer a “sua” verdade...

Um pesquisador que faz parte das “honrosas exceções” é o neurocientista português Antonio Damásio, atualmente na Universidade do Sul da Califórnia, coordenando o Instituto de Cérebro e Criatividade Neodarwinista que acabou de publicar seu quarto livro – “ E o cérebro criou o Homem” – Ed Companhia das Letras.

Em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele nos diz:
“ É preciso ter modéstia para reconhecer que jamais poderemos mapear o homem completamente...O ser humano é algo extremamente belo e complexo.”

Profundas palavras que refletem a postura de todo aquele que se lança em busca do conhecimento e, através do reconhecimento de seus limites, acaba por encontrar a sabedoria! Nenhuma necessidade existe de se provar que a “minha” teoria é melhor do que a “sua”. Como a parábola oriental dos quatro cegos definindo um elefante, cada um de nós pode estar apalpando uma parte do corpo do elefante e obtendo assim, uma percepção que, apesar de real, permanece incompleta, em relação ao objeto estudado, pois eu poderia perguntar – qual dos quatro cegos conseguiu definir completamente o elefante?...

Recorrendo ao professor Damásio, em outro trecho da entrevista, ele nos diz:
“ – Ainda sabemos tão pouco que não temos como fazer pronunciamentos sobre problemas tão profundos quanto crenças e as razões do universo. As pessoas podem ter opiniões, mas não devem dizer aos outros o que pensar.”

Seguindo nesta direção, bafejados pelo sopro do paradigma holístico, descortinamos uma visão de conjunto onde cada teoria científica, cada ensinamento esotérico, cada voz inarticulada no centro de nossa intuição, podem se transformar em valiosas ferramentas para o desbravamento do fascinante universo interior que brilha e pulsa dentro de cada um de nós!

Paz e Luz!

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