sábado, 24 de dezembro de 2011

OS ANTIDEPRESSIVOS FUNCIONAM MESMO?

O leitor menos avisado poderá estranhar o título do nosso artigo. Como os antidepressivos não funcionam se milhares de pessoas os utilizam e acabam por melhorar dos seus sintomas?

Antes de mais nada, precisamos definir o conceito da depressão como doença. Há que se fazer diferença entre os termos tristeza e depressão. Todos nós, em determinadas situações de vida, diante de dificuldades, perdas significativas ( materiais ou afetivas) ou revezes de qualquer natureza, podemos experienciar períodos de tristeza que tem o seu tempo certo de ir embora, sem que com isso tenhamos um prejuízo do ritmo de nosso dia a dia, nem tampouco sejamos diagnosticados como portadores de uma doença chamada depressão.

Existem critérios definidos pelos cientistas para conceituar a doença depressão. Trazemos, a título de ilustração, os critérios do CID – X ( Código Internacional de Doenças) para se caracterizar um episódio depressivo maior (doença depressão)

“ A. Cinco ( ou mais ) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior: pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.
( 1 ) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo (por ex., sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros ( por ex., chora muito)
Nota – em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.
( 2 ) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades.
( 3 ) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias.
( 4 ) insônia ou hipersonia (dormir muito) quase todos os dias.
( 5 ) agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias.
( 6 ) fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
( 7 ) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequação quase todos os dias.
( 8 ) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias.
( 9 ) pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.”

Evidentemente existe consenso entre os estudiosos do tema, que a depressão é um processo multifatorial que inclui fatores internos ao indivíduo, bem como elementos externos, advindos do meio que o circunda. Transcrevo para nossa análise, alguns dados recolhidos em matéria publicada na revista Mente e Cérebro ( Nov/2011 – www.mentecerebro.com.br):

“ Em 2008, os antidepressivos foram o oitavo tipo de droga mais prescrito em todo o mundo segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e geraram lucro de mais de US$ 20 bilhões para as empresas. Porém, eles não funcionam tão bem quanto os números levam a crer. Preferidos de pessoas que não sofrem de depressão, eles nem sempre ajudam os doentes. Isso leva a crer que na percepção do público sua eficácia tende a ser supervalorizada. Motivo: o setor farmacêutico sempre publicou principalmente estudos nos quais seus produtos eram bem avaliados. Se, por outro lado, o medicamento falhava, os dados não eram revelados. Vários pesquisadores já criticaram essa prática.”

É claro que existem milhares de pessoas que tem a doença depressão e que efetivamente se beneficiam dos medicamentos antidepressivos. Essa não é a questão. A sociedade atual está assentada em bases imediatistas que faz com que, cada vez mais as pessoas evitem ter que passar por estados emocionais profundos de dor, angústia ou sofrimento. É como se tivéssemos sempre que estar ótimos, funcionando bem e cheios de alegria. Se algo nos atormenta, tudo pode ser resolvido rápida e facilmente, sem muito esforço...basta que usemos as “pílulas mágicas da felicidade”...

Ainda citando a revista Mente e Cérebro:

“ Antidepressivos não tem garantias de sucesso tão fortes quanto as pessoas pensavam antigamente, resume o farmacologista Gerd Glaeske. Resultados modestos e efeitos colaterais consideráveis levam muitos especialistas a questionar se temos, realmente, um tratamento ideal para a depressão. Para chegar a isso, os psiquiatras e neurocientistas precisam ainda compreender melhor o que ocorre no cérebro de pessoas depressivas e qual o efeito exato dos diferentes fármacos. Enquanto isso, tem sido cada vez mais reconhecida a importância do acompanhamento psicoterápico no tratamento de qualquer tipo de depressão, aliado ou não aos medicamentos”

Em minha clínica, trabalhando com o conceito holístico do homem integral, mobilizamos para o tratamento da depressão recursos que envolvem os aspectos físicos, energéticos, emocionais e espirituais dos nossos pacientes.

Mas isso é matéria para um outro artigo...

Até a próxima!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O STRESS NOSSO DE CADA DIA

Anoitece e você sai do escritório após cumprir mais uma jornada de trabalho. No ponto do onibus a multidão (inclusive você) espera durante um bom tempo a condução que demora a chegar. Enquanto isso, o barulho das buzinas e o congestionamento do trânsito se constituem na “música” que vai torpedeando seus ouvidos. Ao lado, duas senhoras comentam o assalto à mão armada que assistiram pela manhã...Ufa! o onibus chegou! Após se espremer na massa humana, você consegue entrar no coletivo, e depois de uma hora de solavancos, apertos e freadas bruscas, o deixa no quarteirão de sua casa. Ao saltar, percebe um elemento suspeito que parece lhe estar seguindo...você aperta o passo, quase corre – o coração saltando pela boca...Mas, enfim, você conseguiu chegar em casa!

Lar, doce lar...A esposa lhe recebe com um sorriso nos lábios, mas você irritado, nem percebe. Só sente o corpo doído e uma vontade imensa de sumir, largar tudo e ir morar numa praia deserta. Você está estressado...

Para algumas pessoas, a situação descrita acima pode parecer exagerada, para outras não... O fato é que não existe hoje, no mundo civilizado, alguém que não tenha ouvido falar do stress. Segundo o dicionário Aurélio, stress é um “conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psiquica, emocional, infecciosa e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase – a harmonia natural do corpo”.

O stress não é, em si próprio uma doença, mas um conjunto de respostas desencadeadas por múltiplos fatores. A resposta do corpo ao stress pode ser resumida da seguinte forma: a percepção de uma ameaça ou perigo eminente ou de um evento traumático é percebida pelo cortex cerebral que aciona certas áreas específicas do cérebro (sistema límbico e hipotálamo) ligados ao controle das emoções. Todas essas alterações movimentam o sistema glandular, fazendo com que as supra-renais aumentem a produção de corticosteróides (adrenalina e nor-adrenalina). Esses hormônios têm ação em praticamente todos os tecidos do corpo, alterando a resposta imunológica e favorecendo os processos infecciosos. Evidentemente, certo nível de stress não só é normal, como até desejável; o perigo é quando esse mecanismo se torna crônico e repetido.

Nessa situação, surgem consequências físicas e emocionais, como perda da concentração mental, irritabilidade, palpitações, suores frios e dores de cabeça. Os efeitos devastadores do stress crônico podem se estender até o sistema digestivo, provocando gastrites, ulceras ou dificuldades intestinais como prisão de ventre ou diarréia. No sistema circulatório, pode favorecer o aparecimento de doenças cardíacas, dores pré cordiais e anginas.

Vivemos hoje numa época que se caracteriza pela grande aceleração dos acontecimentos. Tudo acontece de forma vertiginosamente rápida e as pessoas habituaram-se a esperar soluções imediatas para suas dificuldades. Prova disso são os milhões de comprimidos de tranquilizantes vendidos anualmente no mundo inteiro pelas multinacionais farmacêuticas que faturam milhões e milhões de dólares, estimulando na cultura popular a fantasia de que uma pílula mágica poderá acabar com qualquer tipo de sofrimento que afete o ser humano. Como não temos a mínima paciência para conviver por pouco tempo que seja com qualquer nível de ansiedade, é mais fácil recorrer aos milagrosos comprimidos. Isso quando não se buscam outros derivativos como o alcool e as drogas ilícitas como escapismo e negação das próprias dificuldades.

Não podemos esquecer que para aprendermos alguma coisa, é necessário o exercício e a vivência de certas restrições e dificuldades que acabam sendo alavancas para o crescimento interior. Sugerimos como valiosos recursos para ajudar a combater o stress, a prática de yoga, qualquer tipo de meditação ou artes marciais, como o tai-chi-chuan, bem como um contato maior com a natureza – andar descalço na grama, pescar, cultivar plantas ou pequenas hortaliças, respirar ar puro ou apenas sentar-se sob a sombra generosa de uma árvore e ali ficar...

Como recurso para se escapar ou minimizar os efeitos danosos do stress em nossa vida cotidiana, foram inventadas as férias – espaço de tempo sonhado e esperado com ansiedade por todos os trabalhadores, onde podemos descansar, divertirmo-nos ou simplesmente não fazer nada. Essa parada é extremamente importante para o refazimento das energias físicas e emocionais.

É necessário, no entanto, ficarmos alertas pois até nesta hora, a “civilização” chega até nós, trazendo-nos a indústria do lazer que dita aquilo que devemos ou não fazer, desde que depois, paguemos tudo em suaves prestações mensais...

sábado, 10 de dezembro de 2011

AS NECESSIDADES HUMANAS

Pesquisas desenvolvidas pelo psicólogo Abraham Maslow apontam para a necessidade inata no Ser, de auto realização. Em seu livro mais conhecido – “A ordem hierárquica das necessidades” – afirma que será quase impossível desenvolvermos nosso potencial espiritual sem que nossas necessidades terrenas primárias não sejam satisfeitas.


De maneira bem ampla, podemos dividir as necessidades dos seres humanos em três níveis:

- PRIMÁRIAS – são aquelas que falam à sobrevivência básica no contexto biológico, ou seja, a obtenção de água, alimentação e reprodução da espécie.
- SECUNDÁRIAS – funcionam ao nível das emoções e do afeto. Dizem respeito às nossas relações com aqueles que nos cercam.
- TERCIÁRIAS – existem num plano mais elevado, quando buscamos a alimentação cósmica e a reintegração na Unidade.

Esses três níveis estão em constante processo de interação, ou seja – a cada momento buscamos segurança, auto realização e transcendência, muito embora nem sempre tenhamos consciência desta busca. Enquanto as necessidades primárias são satisfeitas na medida em que o Ser se lança à exploração do mundo exterior, na busca de comida ou de uma parceira para acasalar, por exemplo, as necessidades secundárias e terciárias somente são realizadas se fizermos um mergulho em nosso mundo interior. Quero dizer com isso que a satisfação de necessidades mais elaboradas está dentro de nós e na maneira com que interpretamos os acontecimentos à nossa volta.

A razão para tal equívoco está assentada nas bases materialistas da civilização ocidental. Desde crianças somos ensinados que as posses materiais oferecem segurança e poder e assim acreditamos que seremos felizes se houvermos acumulado bens de consumo. Aí se concentram as raízes do egoísmo desenfreado que campeia no mundo moderno e que é, a meu ver, a grande causa de muitos dos nossos sofrimentos.

Envolvidos pelas sutilezas da propaganda, acabamos por acreditar que precisamos de uma série de coisas materiais para obter a felicidade e o bem estar (esta é apenas uma verdade relativa, pois existem pessoas que possuem grandes fortunas e são infelizes). Adormecidos seguimos o impulso das massas sem questionarmos – será que eu preciso realmente deste novo produto? Sem parar para tentar responder a esta questão, seguimos em frente trabalhando mais e mais, dedicando horas de nossa vida que poderiam ser desfrutadas na companhia de nossos filhos para ganharmos mais e assim conquistarmos os prêmios que a sociedade de consumo nos oferece. Valerá a pena?...

Temos que, em caráter definitivo, recuperar o poder sobre nossa vida. Este poder que abrimos mão e transferimos aos outros ou às instituições para decidirem se seremos felizes ou sofredores precisa ser resgatado. Essa é a grande dica: a felicidade não está do lado de fora e sim dentro de você! E a chave de acesso a este tesouro que não se compra em nenhum shopping center do mundo é a crença de que você – e somente você pode com a sua vontade, chegar exatamente aonde acredita que pode. Você vive dentro dos limites que se auto impõe e o Universo se encarrega de confirmar suas crenças, trazendo-lhe asas para voar ou doando-lhe pesados grilhões que o deixarão preso ao solo. A escolha é sua!

Trecho do meu livro "Os caminhos do Ser - um guia para o autoconhecimento"

APRENDENDO A PERDOAR

“ Então, chegando-se Pedro a ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes.”
(Mateus, XVII:15,21,22)

A terapeuta Robin Casarijian nos traz importantes colocações sobre o perdão em seu excelente trabalho – O livro do Perdão (ed.Rocco ):
“O perdão é essencial para a cura e para a experiência da nossa totalidade. No entanto, para experimentar essa totalidade, nenhuma parte de nós pode ser reprimida, negada ou passar despercebida. Assim como a nossa totalidade inclui grande sabedoria e uma capacidade extraordinária de amar, inclui raiva, ressentimento, hostilidade, vergonha e culpa, e, para muitas pessoas, fúria. Essas emoções muitas vezes permanecem ocultas e, quer estejam abafadas silenciosamente ou ardendo sob a superfície, enquanto não forem totalmente curadas, prejudicarão nossa capacidade de sermos felizes e de termos relacionamentos saudáveis e satisfatórios.”

O que essas belas palavras nos dizem? Não existe outro caminho para o equilíbrio e a saúde se não aceitarmos tudo que existe em nós. A partir da aceitação, aí sim poderemos deixar para trás o que não faz mais sentido, continuando a caminhada mais leves e descontraídos.

Perdoar não significa permanecer passivo em situações tóxicas ou abusivas. Você pode perdoar seu companheiro (a) e ainda assim se divorciar, ou perdoar seu chefe e pedir demissão do emprego. Nem mesmo importa que a outra pessoa venha a saber que você a perdoou. O que conta é o seu coração deixar ir embora todo sentimento negativo, livrando-se do vínculo doentio. O perdão é uma experiência totalmente subjetiva.

O ato de perdoar tira você de uma postura defensiva e faz com que acabe vendo com mais clareza os limites do outro. Isso resgata sua força e auto-estima. Então você encontra o caminho para se reconectar com o seu Eu interno que é divino e perfeito por natureza. Perdoar também faz você aprender a lição da humildade e a não julgar ninguém (lembra-se da história da mulher adúltera que foi salva do apedrejamento por Jesus, quando afirmou: “ – aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra..?)

Além de perdoarmos ao outro em nossos relacionamentos, precisamos exercitar o autoperdão. Sempre que transgredimos as normas do meio em que vivemos, somos passíveis de punição e sentimos o que poderíamos chamar de “culpa saudável”. Esse sentimento, ao ser elaborado satisfatoriamente nos proporciona a chance de ver as coisas de forma mais amadurecida e, portanto, torna-se um instrumento de crescimento. Até mesmo porque, nesse mundo em que vivemos, com grande frequência, aprendemos muito mais com os erros do que com os acertos.

Ao lado da culpa que nos faz crescer, existe o que se denomina de “culpa patológica” onde o indivíduo agarrando-se ao remorso persistente não se permite a elaboração do erro. Com isso acaba criando para si uma punição constante que pode acontecer das mais variadas maneiras, sob a forma de depressão, males psicossomáticos ou então atrair uma série de “desgraças” externas que só lhe fazem confirmar a condição de culpado e merecedor dos piores castigos. Para tais pessoas, muitas vezes só existe o caminho do espírito, ou seja a busca de reconexão com o Criador para que possam a partir daí iniciar o processo de perdão a si próprios.

Em sua obra citada, Robin Casarjian define: “ O autoperdão é o processo de (1) reconhecer a verdade; (2) assumir a responsabilidade pelo que você fez; (3) aprender com a experiencia reconhecendo os sentimentos mais profundos que motivaram os comportamentos ou pensamentos pelos quais você sente culpa e se julga; (4) abrir seu coração para si mesmo e escutar compassivamente os medos e os pedidos de socorro que estão dentro de você; (5) curar as feridas emocionais escutando esses pedidos de uma maneira responsável, saudável e amorosa; e (6) se alinhar com o seu Self e afirmar a sua inocência fundamental. Você pode ser culpado de algum comportamento particular; no entanto a sua personalidade essencial permanece inocente e digna de amor.”

Portanto, exercitar o perdão aos outros, bem como o autoperdão nos remete à vivência do amor incondicional que é o sentimento que nos dá vida e move as estrelas...

trecho do meu livro "Os caminhos do Ser - um guia para o autoconhecimento"

QUANDO É HORA DE PEDIR AJUDA

Por tudo que vimos observando até agora, fica evidente que o Ser Humano apresenta um impulso irresistível para o crescimento. Mesmo aqueles que não têm muita consciência e vivem meio que no “piloto automático” acabam por se deparar com situações nas quais a vida acaba lhes encostando na parede. São as crises, as perdas, as decepções que não marcam dia nem hora para se apresentar. Geralmente tentamos resolver os problemas sozinhos ou com o auxílio de alguma pessoa amiga. Entretanto, existem ocasiões em que a situação se complica e aí chega o momento de se recorrer a um profissional experiente que nos ajude a atravessar o que os místicos chamam de “a noite escura da alma”.

Uma coisa é certa; temos que concordar que procurar um aconselhamento profissional é difícil e resistimos até o último momento. O preconceito ainda é forte e diz que aquele que procura um psicoterapeuta está louco e, afinal de contas, nós não somos loucos, não é mesmo?...

Existem diversas correntes dentro da psicologia, cada uma com os seus métodos e ferramentas específicas para ajudar a pessoa em conflito. Umas são mais demoradas, outras têm um período breve. Em todas o importante é a questão da empatia, ou seja, terapeuta e cliente têm que estar sintonizados na frequência de mútua aceitação para que o processo possa lograr êxito.

Independentemente da linha que se é seguida, o processo terapêutico apresenta algumas fases bem definidas. Num primeiro instante, a pessoa que procura orientação está em crise, apresentando extrema dificuldade de relacionar-se com o mundo. traz consigo uma postura queixosa e não consegue ver saída para os seus problemas. Nesta fase é incapaz de perceber que também participa dos acontecimentos, acreditando não ter nenhuma responsabilidade pela produção dos conflitos em que se encontra.

Num segundo momento, com o auxílio do terapeuta, a pessoa passa a refletir sobre o próprio conteudo interior, adquirindo maior clareza sobre seus mecanismos de funcionamento na relação com as pessoas e com o mundo. Começa a perceber que entre ele e os outros há um processo de interferência mútua e que não deve se cristalizar na posição de vítima passiva dos acontecimentos.

É importante que a pessoa não espere respostas prontas ou uma espécie de solução para os seus problemas vindas mágicamente por parte do terapeuta. Costumo dizer que nenhum terapeuta cura ninguém – ele é apenas (e como é difícil sê-lo!) um facilitador no caminho da pessoa para que ela encontre suas próprias respostas. Ninguém vai lhe dizer – faça isso ou faça aquilo! Até porque os caminhos da vida são individuais e o que é bom para uma pessoa pode não o ser para outra.

Quanto mais avança o trabalho da psicoterapia, o cliente entra em outra fase que é a de perceber que pode recuperar o poder de transformar a própria vida, dando novo significado à sua participação no mundo e descobrindo uma nova postura em seus relacionamentos. Com isso, torna-se um indivíduo mais centrado, maduro, pronto a ver a vida com uma nova visão

Se você se encontra perdido, confuso diante de situações nas quais não sabe como agir, não hesite em procurar a ajuda de um profissional qualificado. A grande maioria das pessoas que se submete a processos de psicoterapia, reconhece a validade da ajuda e como tais recursos são importantes na melhora da sua qualidade de vida. Não é feio se ter problemas, nem deixaremos de ser nós mesmos ao admitirmos nossa fragilidade. Talvez nesse momento, ao aceitar que somos inseguros e imperfeitos, começaremos a construção de uma nova pessoa dentro de nós...

trecho do meu livro "Os caminhos do Ser - um guia para o autoconhecimento"

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CRESCENDO SEMPRE

Do ponto de vista físico, nascemos pequenos e a medida que vamos nos alimentando, o organismo vai se desenvolvendo sob o impulso do processo do crescimento. O corpo vai se modificando, passando por sucessivas etapas de transformação até que na idade adulta, atingimos o apogeu do crescimento físico. A partir deste momento, se inicia o declínio gradativo das funções biológicas, ocorrendo o processo do envelhecimento de nosso organismo, até a extinção completa da energia vital que nos anima, chegando à morte.

Assim como existe o crescimento físico, também ocorre o crescimento emocional. E de que modo?

Trazemos dentro de nós, um conjunto de características (espirituais e genéticas) que, em contato com o tipo de educação recebido dos pais, irá promover o desenvolvimento (pleno ou restrito) de nossos aspectos emocionais. Mais à frente iremos conversar um pouco sobre as crenças que assumimos na infância e que vão determinar o futuro comportamento na vida adulta. Por enquanto, vamos ficar no processo do crescimento emocional. É evidente que se faz necessário o exercício da vontade consciente, pois nada acontecerá se ficarmos numa atitude passiva, esperando que as coisas venham de fora e que a felicidade e o bem estar caiam do céu. Como bem dizia Geraldo Vandré – “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”. O ritmo de crescimento psicológico da pessoa depende básicamente do conflito entre a necessidade de segurança e a oferta de estímulos. Costumo dizer que a vida pode ser comparada a um barquinho...podemos deixá-lo amarrado fortemente no cais e aí então estará a salvo de tormentas e perigos, muito embora condenado à estagnação sem cumprir seu destino básico que é navegar. Ao contrário, nosso barquinho poderá se desprender do cais e viajar léguas sem conta, descobrindo lugares maravilhosos e excitantes paisagens. Mas, tal atitude é muito arriscada!...

Sim...e daí? Viver plenamente implica correr riscos.

Infelizmente, a maioria das pessoas ainda faz opção por grossas correntes a amarrar seus barcos na beira de um cais velho e desbotado... afirmam com frequência preferir ficar como estão – mesmo sofrendo com isso – a escolher a mudança e partir rumo ao desconhecido. Como diz Edoardo Giustti, em seu livro A Arte de Reencontrar-se – “ Agindo dessa forma a pessoa só procura justificativa para poder repetir sem fim o velho espetáculo de lamentar-se. Todos os dias encontramos rostos frustados que se movimentam como se robotizados, perpetuando sua própria insatisfação, incapazes e impotentes de saírem do círculo vicioso.”

Crescer portanto, seria abandonar uma posição desconfortável mas conhecida por outra desconhecida na intenção de se alcançar um nível mais prazeroso e satisfatório de vida, mesmo que isto exija uma atitude corajosa de saltar rumo ao desconhecido. Muitas vezes, a vida em sua sabedoria natural acaba por nos “convidar” á mudança, através de situações imprevistas e até mesmo dolorosas. Trazemos indelevelmente marcado em nosso interior o impulso divino de seguir para a frente buscando sempre a felicidade e a paz. Este impulso é irresistível e, se tivermos sabedoria, tudo que temos de fazer é não dificultar as coisas e deixar que, naturalmente a felicidade se instale em nosso caminho.

domingo, 27 de novembro de 2011

FICAR HABITUADO OU ESTAR ATENTO

Ficar habituado ou estar atento

Envelhecimento: biológico e psicológico
Ficar habituado – diminuição gradual de reação à estimulação persistente. Por ex. tic-tac de um relógio, passos de pessoa no andar de cima. No início esses sons nos perturbam; com o passar do tempo o cérebro começa a fabricar filtros que, de certa maneira, abafam o ruído e com o tempo, percebemos que já estamos tão acostumados a esses ruídos que é como se eles não existissem mais.

Ficar habituado – é uma redução da nossa consciência, bem como dos nossos sentidos, um processo no qual, com o tempo, os estímulos comuns da vida, os prazeres simples e as pequenas alegrias perdem a qualidade por força da simples repetição.

Observar a criança descobrindo o mundo – em princípio tudo o que nos rodeia é brilhante, vivo e animado: o gorjeio do pardal, o gosto do sorvete, a visão das nuvens de verão...Então o tempo passa – quando escutamos o gorjear de milhares de pardais, quando lambemos a nossa décima milésima casquinha de sorvete, quando vemos a nossa milionésima nuvem passar sobre a nossa cabeça, a nossa reação a esses estímulos diminui. O ficar habituado se estabelece – vem a rigidez e o envelhecimento psicológico.

Ex; quando viajamos ficamos mais alegres porque encontramos novos estímulos.

FICAR HABITUADO;
- aspectos positivos – nos livra da sobrecarga sensorial.
- aspectos negativos – faz nos acomodarmos.

Ficar habituado em seu sentido mais profundo é mais do que simplesmente uma entrega às rotinas. Em um nível mais profundo, pode ser considerado o oposto da consciência e da atenção que são os pilares da vida espiritual
Ficar habituado = inconsciência = desatenção.
Ficar habituado – significa vivermos fora do momento, estarmos desatentos a nós mesmos e não observarmos o que fazemos.
Ficar habituado – significa permitirmos que a nossa mente desperdice o tempo pensando os seus pensamentos costumeiros e sonhando os seus sonhos costumeiros – eu quero, eu não quero, eu gosto, eu detesto, eu lembro, eu esqueço...

Os hábitos são necessários – guardar a chave do carro no mesmo lugar de todas as vezes e escovar os dentes são hábitos extremamente úteis.

Ficar habituado – causa o fechamento da consciência a um nível tão empobrecido de percepção que só interagimos com o mundo no nível mais superficial através de idéias fixas,suposições preconcebidas e uma mente fechada.

Visão de realidade – é na verdade, uma construção mental subjetiva e tendenciosa, na qual selecionamos um pequenino grupo de idéias e estímulos sistematicamente rejeitando todo o resto.
O resultado desse esforço mental de organização é que o nosso universo se torna reduzido ao nível da nossa própria capacidade de compreende-lo e processá-lo.
Desenvolvemos sistemas ou categorias estereotipadas para classificar os estímulos que nos alcançam – esperamos que os carros façam um determinado ruído, que os sinais de transito sejam de uma determinada cor e determinadas pessoas sempre digam as mesmas coisas. Portanto, o que nós realmente percebemos não são os carros ou os sinais de transito. São invenções de nossos limitados sistemas internos de processamento que vêem o que o hábito nos diz para vermos e que são filtrados através das lentes das nossas próprias subjetividade, imaginação e sugestibilidade.
O senso de realidade é construído não como as coisas realmente são, mas sobre modelos interpretativos baseados em nossas experiências anteriores.
Ficar habituado é o subproduto de todas as rotinas as quais nossa mente se entrega durante décadas.
Perto da meia idade esse mecanismo se torna predominante.
Passamos não mais a escutar as pessoas porque as nossas noções preconcebidas nos dizem que já sabemos a verdade ( a pessoa escuta, mas não ouve...)
Isso acontece quando paramos de ver as coisas como se fosse pela primeira vez, como apenas uma criança é capaz de fazer.
Portanto,
Ficar habituado – redução da consciência ao invés de uma expansão da consciência.
Como superar essa armadilha?
A resposta é ATENÇÃO !!
Como praticar a atenção?
Comecemos prestando atenção aos eventos que acontecem ao nosso redor. Abrir uma garrafa, digitar um texto, atender ao telefone, tomar o café da manhã...
“ viver as experiências que a vida nos oferece é obrigatório; sofrer com elas ou desfrutá-las é opcional”
“ sua visão se tornará clara somente quando você puder olhar dentro do seu próprio coração.
Aquele que olha para fora sonha, aquele que olha para dentro, desperta”
Jung.

domingo, 13 de novembro de 2011

SÓ SEI QUE NADA SEI...

“ Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”
W. Shakespeare


O ser humano sempre teve um incontrolável fascínio para tentar desvendar os enigmas da vida.. .Na penumbra das cavernas pré históricas, movido muito mais por medo e pela curiosidade do que pela inteligência, observando os fenômenos da natureza, acabou por descobrir o fogo e com ele iniciou diversos ciclos de aprendizagem contínua que o faz, nos tempos de hoje, construir naves espaciais e buscar a existência de vida em outros planetas.

O fantástico desenvolvimento da inteligência humana, acabou por trazer um grave efeito colateral. Narcisicamente, o homem se deixou seduzir por si próprio e inadvertidamente acabou por acreditar ser o próprio Deus!

Tal distorção, motivada pelo orgulho e pela vaidade, acabou por obstruir seu caminho em direção à compreensão da verdade e dos reais objetivos da vida. O sentimento de onipotência é frequentemente encontrado (com várias e honrosas exceções) nos ambientes universitários, nas catedrais da ciência. Em tais redutos intelectuais encontramos mentes repletas de conhecimento e rasas de sabedoria, cada uma querendo fazer valer a “sua” verdade...

Um pesquisador que faz parte das “honrosas exceções” é o neurocientista português Antonio Damásio, atualmente na Universidade do Sul da Califórnia, coordenando o Instituto de Cérebro e Criatividade Neodarwinista que acabou de publicar seu quarto livro – “ E o cérebro criou o Homem” – Ed Companhia das Letras.

Em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele nos diz:
“ É preciso ter modéstia para reconhecer que jamais poderemos mapear o homem completamente...O ser humano é algo extremamente belo e complexo.”

Profundas palavras que refletem a postura de todo aquele que se lança em busca do conhecimento e, através do reconhecimento de seus limites, acaba por encontrar a sabedoria! Nenhuma necessidade existe de se provar que a “minha” teoria é melhor do que a “sua”. Como a parábola oriental dos quatro cegos definindo um elefante, cada um de nós pode estar apalpando uma parte do corpo do elefante e obtendo assim, uma percepção que, apesar de real, permanece incompleta, em relação ao objeto estudado, pois eu poderia perguntar – qual dos quatro cegos conseguiu definir completamente o elefante?...

Recorrendo ao professor Damásio, em outro trecho da entrevista, ele nos diz:
“ – Ainda sabemos tão pouco que não temos como fazer pronunciamentos sobre problemas tão profundos quanto crenças e as razões do universo. As pessoas podem ter opiniões, mas não devem dizer aos outros o que pensar.”

Seguindo nesta direção, bafejados pelo sopro do paradigma holístico, descortinamos uma visão de conjunto onde cada teoria científica, cada ensinamento esotérico, cada voz inarticulada no centro de nossa intuição, podem se transformar em valiosas ferramentas para o desbravamento do fascinante universo interior que brilha e pulsa dentro de cada um de nós!

Paz e Luz!

domingo, 6 de novembro de 2011

A CASA ESTÁ FICANDO LOTADA...

Merece registro a notícia de que no final do mês passado (outubro/2011), o bebê de número 7 bilhões chegou ao nosso planeta. Sim, já somos sete bilhões vivendo nesta linda morada cósmica!

Já em 1798, o economista Thomas Malthus apresentava sua teoria apocalíptica de que a população iria crescer em progressão geométrica, enquanto o ritmo de produção de alimentos cresceria em progressão aritmética.

O crescimento populacional sempre foi objeto de estudos e acaloradas discussões,havendo um conflito entre duas grandes correntes – a dos que achavam que o crescimento populacional iria provocar uma explosão demográfica de tal intensidade que a própria vida na terra estaria seriamente comprometida e o outro grupo afirmando que a ciência e a tecnologia acabariam sempre por dar conta de alimentar essa população toda

Outros cientistas políticos e sociais, afirmam que não se pode ter um visão simplista do problema, ligando a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. A fome que castiga mais da metade da população mundial, dizem, é resultado da má distribuição da renda e não da carência na produção de alimentos.

Sem querer entrar na polêmica do assunto, acredito que possamos fazer algumas reflexões...

Devemos nos ver, simultaneamente como seres individuais e coletivos, ou seja – eu tenho atitudes que influenciam o meu universo pessoal e exerço ações que acabam por interferir no meio em que vivo, a nível familiar e social

Vão aí, algumas sugestões...

- decida ser feliz, pois como filho de Deus, você foi criado para tal fim.
- aprenda que cada um tem o direito de pensar e agir de forma diferente da sua. Não lhe cabe julgar ninguém.
- procure promover a concórdia e a fraternidade.
- reconheça que o único tempo possível para realizar qualquer mudança é o AGORA. Com isso, você se libertará do passado e não se conectará na ansiedade pelo futuro.
- entenda que você habita um planeta vivo (Gaia) que merece todo o nosso respeito, cuidado e gratidão.
- procure consumir apenas o necessário, evitando desta maneira, o supérfluo e o desperdício.

Se mantivermos o foco nessas metas, por certo estaremos caminhando na direção de um mundo mais equilibrado, sustentável e feliz...

Paz e luz!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A REALIDADE DE CADA UM

“A imaginação constrói os trilhos para o percurso do trem da realidade...”
Caroline Casey – astróloga

Meus amigos, vivemos numa sociedade ainda alicerçada nos fundamentos do paradigma newtoniano que entende a realidade como tudo aquilo que, de certa forma, pode impressionar nossos sentidos. E assim, dentro desta concepção acreditamos ( e tudo em que acreditamos se torna real ) que aqui estamos, criaturas materiais, numa realidade física e que, o objetivo de nossa existência é vencer e ser feliz neste mundo material.

Aos poucos, com o avanço das pesquisas no campo da física quântica e suas correlações com os conhecimentos das antigas tradições orientais, o paradigma holístico vem se expandindo e trazendo-nos profundas reflexões sobre nós mesmos e sobre nosso papel no universo.

Um dos postulados do novo paradigma é o que se conhece como a LEI DA UNICIDADE – todos os seres existentes no universo estão interligados, como se fôssemos múltiplos raios de um único sol. Portanto, dentro desta visão, a competitividade não faz sentido, pois todos – independentemente da condição social ou financeira, estamos na mesma posição, ou seja, diante de uma vida onde podemos criar através de nossas crenças e convicções uma realidade pessoal, que pode ser de luz ou de escuridão.

O bem e o mal não existem, a não ser dentro de nossas próprias escolhas. Estas sim é que são preponderantes para tecer a realidade feliz ou infeliz de nossa existência.,

Outro postulado oriundo do paradigma holístico é que além do corpo físico, somos seres de energia. Cada um de nós cria a seu redor um campo psico-energético que vai lhe caracterizar a natureza mais íntima. Possuímos a fantástica capacidade de pensar e através do uso do pensamento, criamos nossa realidade energética que vai atrair pela lei da afinidade, outras pessoas/vibrações/pensamentos que sejam compatíveis com a nossa “carteira de identidade energética”

Evidentemente, estar consciente deste nível energético é muito difícil, pois estamos profundamente enraizados na realidade material que dificulta sobremaneira a percepção desses outros níveis da vida. Entretanto, sugiro a você, fazer uma experiência – observe atentamente os pensamentos que emite. Anote-os num caderno ao fim de cada dia. E depois de uma semana, reveja suas anotações. Talvez você irá se surpreender com a quantidade de “lixo mental” que produziu e jogou na psicosfera, poluindo-a um pouco mais. Ou talvez, se surpreenda com o grande número de pensamentos tóxicos que emitiu, atingindo primeiro a si próprio e depois a outras pessoas do seu relacionamento.

Ao tomar consciência dessas leis, nossa responsabilidade aumenta muito, pois percebemos que somos seres dotados da poderosa capacidade de criar nossa realidade pessoal e de transformar a realidade exterior, hoje tão conturbada, que caracteriza a atual civilização.

Tudo depende da nossa escolha, nunca nos esquecendo da velha advertência de que, se a sementeira é livre, a colheita será obrigatória...

Muita paz a todos nós!
Muita luz para o mundo!
Luiz Sérgio

sábado, 8 de outubro de 2011

SAUDE X DOENÇA

Não é necessário muito esforço para se perceber que vivemos numa época caracterizada pela grande quantidade de informações que chega, dia a dia ao nosso conhecimento, influenciando de diversas maneiras o comportamento, as crenças e atitudes de todos nós.
Dentro de tal contexto, surge naturalmente a preocupação com a saúde – dicas, conselhos, teorias de como viver uma vida saudável surgem de todos os cantos, algumas coerentes, outras exdrúxulas e mirabolantes. Mas... o que é mesmo uma vida saudável?...O que vem a ser o estado de saúde?
Sempre que se pensa a respeito, associamos o conceito de saúde aos aspectos físicos do ser humano. Entretanto, a saúde é muito mais do que a simples ausência de doenças físicas.
Saúde é um conceito multifatorial de grande abrangência.
A própria OMS – Organização Mundial de Saúde, define o termo como sendo o “bem estar bio-psico-social e espiritual do ser”, entendendo que além dos aspectos físicos há que se levar em consideração os aspectos psíquicos (emocionais) e sociais (relacionamentos) na compreensão global do que venha ser um estado de saúde.
A esta visão agregaríamos outros fatores que julgo de grande importância para uma vida equilibrada e saudável:

1. UMA RELAÇÃO DE EQUILÍBRIO ENTRE O HOMEM E O MEIO AMBIENTE.
Felizmente, cada vez com mais intensidade, se revela a conduta desastrada e egoísta do homem em relação à sua morada cósmica. Poluição de rios e nascentes, desmatamento generalizado, aumento do buraco da camada de ozônio e tantos outros danos ecológicos enchem as manchetes de nossos jornais.
Já é tempo do ser humano perceber que, se continuar com tais atitudes, colocará em risco a sobrevivência da própria espécia. Os fenômenos climáticos dos últimos tempos são um recado claro de que a Mãe Terra não está mais suportando a conduta destrutiva de seus filhos.

2. A DESCOBERTA DOS CAMPOS ENERGÉTICOS HUMANOS.
Recentes pesquisas vem apontando para a existência, no ser humano, de um campo energético que regula e se relaciona com cada célula de nosso organismo.
Tais evidências vem confirmar a base de doutrinas médicas já existentes, como a homeopatia ( criada por Samuel Hahnemann em 1796) e a acupuntura ( praticada pelos chineses há milênios )
A percepção desta rede energética no ser humano se estende às áreas psíquicas , pois se percebe que a maneira de pensar e as crenças que trazemos conosco, moldam a própria realidade. A psiquiatria e a psicologia holísticas ( do grego HOLOS = todo ) vem demonstrar que o otimismo, a esperança, a prática de boas ações (serviço voluntário ) e o sorriso são atitudes altamente terapêuticas, conduzindo o homem à saúde e ao bem estar.

3. A BUSCA DE UMA BASE ESPIRITUAL:
Percebe-se na atualidade, uma grande busca pelo homem de alguma direção espiritual, expressa na procura cada vez mais crescente dos mais variados movimentos religiosos.
Independentemente de quaisquer outras razões, o homem se defronta com a realidade de sua finitude material, debruçando-se nas questões de sua transcedentalidade. A morte é o fim de tudo, ou a essência do ser sobrevive ao fim de seu corpo físico?
No bojo das ciências psíquicas, vemos surgir a psicologia transpessoal, levando em conta os aspectos espirituais da existência, ao estudar os estados alterados de consciência, não como distúrbios psicopatológicos e sim como possibilidade de se atingir planos mais sutis da própria existência.
Como pudemos perceber nessas breves linhas, o Ser Humano deste começo de século caminha celeremente para uma compreensão holísticaa de si mesmo e de suas relações com seus semelhantes e com o próprio planeta.
Tal visão, com certeza, trará novos desafios e sepultará de vez, velhos conceitos que não mais terão utilidade na compreensão da vida.
Nunca como nos dias atuais, o homem esteve tão perdido e – paradoxalmente, tão perto do encontro consigo mesmo.
Precisamos definitivamente entender o propósito de nossa vida e trabalhar para que o fenômeno da globalização não ocorra apenas (e de forma egoísta e mesquinha) no terreno da economia e sim transforme realmente esse mundo num lugar mais justo e igualitário.
Aí sim, poderemos nos dizer seres saudáveis, vivendo fraternalmente, num mundo de paz e felicidade!

CRESCENDO SEMPRE

Do ponto de vista físico, nascemos pequenos e a medida que vamos nos alimentando, o organismo vai se desenvolvendo sob o impulso do processo do crescimento. O corpo vai se modificando, passando por sucessivas etapas de transformação até que na idade adulta, atingimos o apogeu do crescimento físico. A partir deste momento, se inicia o declínio gradativo das funções biológicas, ocorrendo o processo do envelhecimento de nosso organismo, até a extinção completa da energia vital que nos anima, chegando à morte.

Assim como existe o crescimento físico, também ocorre o crescimento emocional. E de que modo?

Trazemos dentro de nós, um conjunto de características (espirituais e genéticas) que, em contato com o tipo de educação recebido dos pais, irá promover o desenvolvimento (pleno ou restrito) de nossos aspectos emocionais. Mais à frente iremos conversar um pouco sobre as crenças que assumimos na infância e que vão determinar o futuro comportamento na vida adulta. Por enquanto, vamos ficar no processo do crescimento emocional. É evidente que se faz necessário o exercício da vontade consciente, pois nada acontecerá se ficarmos numa atitude passiva, esperando que as coisas venham de fora e que a felicidade e o bem estar caiam do céu. Como bem dizia Geraldo Vandré – “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”. O ritmo de crescimento psicológico da pessoa depende básicamente do conflito entre a necessidade de segurança e a oferta de estímulos. Costumo dizer que a vida pode ser comparada a um barquinho...podemos deixá-lo amarrado fortemente no cais e aí então estará a salvo de tormentas e perigos, muito embora condenado à estagnação sem cumprir seu destino básico que é navegar. Ao contrário, nosso barquinho poderá se desprender do cais e viajar léguas sem conta, descobrindo lugares maravilhosos e excitantes paisagens. Mas, tal atitude é muito arriscada!...

Sim...e daí? Viver plenamente implica correr riscos.

Infelizmente, a maioria das pessoas ainda faz opção por grossas correntes a amarrar seus barcos na beira de um cais velho e desbotado... afirmam com frequência preferir ficar como estão – mesmo sofrendo com isso – a escolher a mudança e partir rumo ao desconhecido. Como diz Edoardo Giustti, em seu livro A Arte de Reencontrar-se – “ Agindo dessa forma a pessoa só procura justificativa para poder repetir sem fim o velho espetáculo de lamentar-se. Todos os dias encontramos rostos frustados que se movimentam como se robotizados, perpetuando sua própria insatisfação, incapazes e impotentes de saírem do círculo vicioso.”

Crescer portanto, seria abandonar uma posição desconfortável mas conhecida por outra desconhecida na intenção de se alcançar um nível mais prazeroso e satisfatório de vida, mesmo que isto exija uma atitude corajosa de saltar rumo ao desconhecido. Muitas vezes, a vida em sua sabedoria natural acaba por nos “convidar” á mudança, através de situações imprevistas e até mesmo dolorosas. Trazemos indelevelmente marcado em nosso interior o impulso divino de seguir para a frente buscando sempre a felicidade e a paz. Este impulso é irresistível e, se tivermos sabedoria, tudo que temos de fazer é não dificultar as coisas e deixar que, naturalmente a felicidade se instale em nosso caminho.

REGRAS DE SAÚDE

De maneira bem simples, podemos dizer que temos qualidade de vida quando conseguimos funcionar adequadamente em todas as áreas da nossa vida. Trago algumas sugestões que, se bem executadas, com certeza irão lhe trazer melhor qualidade para sua vida:

- Pratique algum tipo de atividade física, pelo menos três vezes por semana.
- Procure dormir em horários regulares e ter uma alimentação a mais equilibrada possível (pouca gordura animal e bastante fibras).
- Não leve para casa os problemas e preocupações do seu trabalho. Procure selecionar o padrão de seus pensamentos, não deixando se influenciar por opiniões negativistas.
- Procure pensar de maneira otimista, procurando sempre fazer a pergunta: “o que posso aprender com essa experiência?”, mesmo nas situações mais negativas.
- Aprenda a rir dos obstáculos e dificuldades. O bom humor faz muito bem à saúde, melhorando nosso sistema imunológico.
- Encare as mudanças como novas chances de atingir seus objetivos.
- Procure abrir mais espaço em sua vida para conviver com seus familiares. Desligue um pouco a TV, desmarque os compromissos possíveis e lembre-se de que a convivência com os que amamos é o verdadeiro prazer da vida
- Procure entrar mais em contato com a natureza. Pise descalço na grama, passeie em um parque perto de sua casa, vá à praia e respire ar puro.
- Solte sua criatividade e tenha algum hobbie que lhe faça feliz. Aprenda um instrumento musical, dance, faça teatro ou entre para um coral.
- Tenha fé na vida e em você mesmo. Nunca desista dos seus sonhos!
- Procure exercitar a amorosidade, praticando algum tipo de trabalho voluntário.
- Aprenda a perdoar seus desafetos e viva mais leve.

Enfim, compreenda que QUALIDADE DE VIDA é uma opção, uma escolha sua e somente SUA!

sábado, 24 de setembro de 2011

A LEI DE UNICIDADE

Um dia ou um de nós pode ser acometido por uma sensação estranha de estar “fora de casa” ou não pertencer a este mundo. Aí bate uma certa tristeza ou nostalgia...talvez uma saudade que nem bem sabemos de onde vem...A vida vai bem, tudo está no seu lugar, mas aquela sensação “faltante” teima em permanecer como uma outro, qualquer nuvenzinha cinza sobre nossa cabeça. Como isso se explica?

À medida que desenvolvia, ao longo das eras, o seu intelecto, o Ser Humano veio perdendo um de seus referenciais básicos que é o sentido de pertencer à unidade cósmica. Apelando para a capacidade imaginativa do leitor vou propor que façamos um exercício de saltar fora do tempo e do espaço e nos tornarmos observadores do universo. Nessa posição, podemos tomar Deus como sendo o referencial de unidade suprema – O Absoluto. Esta unidade ao manifestar-se cria o universo e a partir de então, surge o conceito de polaridade a reger o mundo das formas tangíveis. Assim, como vivemos limitados dentro dos conceitos de espaço/tempo, nossa mente funciona a partir da percepção dos opostos (ying/yang, noite/dia, homem/mulher, quente/frio, etc,etc)

Jan Smuts, militar e estadista inglês, tornou-se conhecido como pioneiro do movimento holístico no sec. XX, muito embora as idéias de que tudo no universo está em estreita conexão já eram conhecidas desde os tempos recuados de Heráclito, Pitágoras e Aristóteles. A nível físico, o reconhecimento de que o organismo é uma só unidade e o que ocorre em uma parte afeta o todo já era reconhecido pela homeopatia, pela medicina chinesa e por tradições xamânicas de povos considerados “primitivos”.

Ainda com a visão ampliada, podemos afirmar que o primeiro trauma do Ser é a dor que experimenta ao perceber-se separado de Deus. Ao sair do útero divino em seu “parto” original, a Essência Humana chora o desligamento da fonte que o criou e que o acalentava. A partir deste instante, individualizada e consciente de sua própria existência, está fadada a percorrer o caminho da eternidade, desenvolvendo toda sua potencialidade a fim de retornar, plena e sábia ao regaço do Criador. Defrontamo-nos então com o que definimos como o paradoxo da evolução, ou seja: saímos das entranhas de Deus e nosso destino é caminhar para a frente com o objetivo de chegar ao ponto final que é o ponto de partida – aos braços do Pai Eterno. Como bem nos diz o poeta inglês, Eliot :”- E ao final de nossas longas explorações chegaremos ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez...”

A percepção da perda da unidade se expressa através de um sentimento vago de contínuo desconforto e vazio existencial. No inconsciente coletivo, esta perda pode ser percebida nas diversas lendas e mitos que falam do pecado original e da perda do paraíso. De maneira poética, o dr. Edward Bach, pioneiro no uso das essências florais no séc. XX, assim trata o assunto:

“O grande postulado que se segue é a compreensão da Unidade de todas as coisas; a compreensão de que o Criador de tudo que existe é amor, e de que tudo aquilo de que temos consciência é, em seu infinito número de formas, manifestação desse Amor, seja ele um planeta ou um seixo, seja uma estrela ou uma gota de orvalho, um homem ou a forma mais elementar de vida. É possível ter um vislumbre dessa concepção se imaginarmos nosso Criador como um grande e brilhante sol de bondade e amor, de cujo centro um infinito número de raios se lança em todas as direções, e que nós e todas as coisas das quais temos consciência somos partículas ao fim desses raios, emitidas para que possam adquirir experiência e conhecimento, mas para, no final retornar ao grande centro. E , posto que para nós cada raio possa parecer como algo separado e distinto dos outros, na realidade ele faz parte do grande Sol que existe no centro. A separação é impossível, pois tão logo um raio de luz seja destacado de sua fonte, ele deixa de existir. Dessa forma, temos uma pequena noção do que significa essa impossibilidade de separação e, ainda que cada raio possa ter sua individualidade, ele apesar disso, faz parte do grande centro gerador de forças. Assim, qualquer ação contra nós próprios ou contra uma pessoa afeta o conjunto porque, causando imperfeição numa parte, isso se reflete no todo, do qual toda partícula deve chegar finalmente à perfeição (citar o livro)

Belas palavras que nos consolidam a certeza de que, mesmo nos momentos aparentemente mais negros e difíceis, somos raios de luz conectados a Deus, o Grande Sol, gerador de tudo que existe!.

domingo, 11 de setembro de 2011

MEDICINA INTEGRAL - 1

Esse artigo pretende ser uma introdução ao que entendemos como medicina integral.
Desde suas origens, o ser humano vem procurando maneiras de curar suas doenças e ferimentos. Em civilizações antigas, como por exemplo, na Mesopotâmia, o médico dava grande importância à interpretação dos sonhos. O exercício da profissão foi pela primeira vez regulamentado no código de Hamurabi. A Medicina evoluiu bastante no Egito, na Índia e na China, mas foi a Grécia que se constituiu no berço da atual medicina alopática.

No sec. V a.C., nasceu na ilha grega de Cós, o grande Hipócrates, considerado o Pai da medicina, que estabeleceu as bases da atual medicina ocidental, elaborando um rigoroso código de ética, cujos preceitos estão contidos no juramento que, até hoje, os médicos fazem ao se formar.

O modelo médico vigente é estruturado nas bases do paradigma newtoniano/cartesiano onde o importante é a análise das partes, como se o corpo fosse uma máquina e a doença, o enguiço ou mau funcionamento de algumas de suas peças. A partir desta premissa perdeu-se a noção de um ser inteiro (pessoa) e o doente passou a ser representado por um vasto conjunto de órgãos e sistemas que para ser saudável, deveria funcionar plenamente.
Dessa visão departamentalizada surgiram os super especialistas, profissionais que detem um profundo saber acerca de um setor específico do conhecimento mas que não conseguem ter a percepção global, esquecendo-se de que o coração, os rins, os pulmões, a pele e cada órgão que compõe o corpo humano não existem isoladamente e sim, como partes inseparáveis de um ser único. Apenas para exemplificar – um cardiologista pode entender que todos os enfartos têm, mais ou menos, a mesma fisiopatologia, mas não pode perder de vista que a vivência de sofrer um infarto é única, característica e totalmente subjetiva.

Com o advento do paradigma holístico, a visão da medicina acadêmica terá oportunidade de expandir seus horizontes ao integrar aos seus conceitos, novos planos de manifestação do Ser. A psicossomática, a homeopatia e a acupuntura são exemplos de áreas já aceitas pela medicina oficial que expandem os limites do ser.
  
Estudos interessantes foram realizados pelo biólogo Rupert Sheldrake sobre o que denominou de campos mórficos. De acordo com suas pesquisas, os organismos vivos herdam, além dos genes, os campos mórficos. Os genes são transferidos materialmente de uma geração a outra, enquanto os campos mórficos seriam herdados de forma não material não apenas de seus pais diretos, mas de toda a espécie. O organismo em desenvolvimento cresceria sob a orientação desses campos que conteriam a memória coletiva da espécie.
Tais pesquisas apontam para a existência de um nível energético no ser humano, no qual funcionariam a acupuntura e a homeopatia, ambas já reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, bem como outras técnicas conhecidas como terapias energéticas ou vibracionais.

Se continuarmos nosso mergulho nas profundezas do ser, vamos encontrar além do plano material e energético, o que as religiões denominam de Espírito e as escolas psicológicas mais abertas denominam de Eu profundo, Self ou Eu superior.

Tal instância – o centro do ser – se assim podemos nos expressar, seria a Essência, responsável pela vida dos afetos, dos sentimentos e da transcedentalidade.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SEMINÁRIO

Esse trabalho foi desenvolvido como um método capaz de fornecer recursos que o levarão a um redimensionamento de suas necessidades básicas enquanto indivíduo, bem como seu processo de autoconhecimento e crescimento interior.

O PROJETO é composto de 4 seminários teórico/práticos com o auxílio de diversos recursos didáticos, estruturados em encontros mensais com quatro horas de duração.

FACILITADOR                          
Dr. Luiz Sérgio Gomes, médico psiquiatra, homeopata, psicoterapeuta e terapeuta floral.

SEMINÁRIO 
         Visão holística do Ser
         Mudança de paradigma.
         Saúde e doença numa visão holística
         O caminho do corpo.
         O stress.
         Aprendendo a respirar.
         Saúde integral

INFORMAÇÕES E RESERVAS


Rua Caruso, 63 – Tijuca
Telefones:
2264-5843 (Clínica)
9680-4919 (dr.Luiz Sérgio)
9158-4443 (Lílian)
aguiamalhada@yahoo.com.br
DATA DO PRIMEIRO SEMINÁRIO
SÁBADO – DIA 03/09
DAS 14 às 18 h.
Valor – 80,00

domingo, 14 de agosto de 2011

UM ARCO- ÍRIS DE PRESENTE



Um dia desses, indo para o trabalho, estava a dirigir meu carro enquanto procurava perceber o mundo à minha volta. Era de manhãzinha, o tempo úmido e refrescante, denunciava a chuva da noite anterior. O céu coberto de nuvens, deixava ver o sol, como uma criança levada brincando de esconde-esconde, ora aparecendo, ora sumindo.
Subitamente, eis que surge à minha frente, como um presente dos deuses, um lindo arco-íris!
Como cada um de nós pode enxergar um arco íris?
Algumas pessoas ( e me incluo nesse grupo) conseguem ver o arco-íris com os olhos da alma, enxergando a grandeza do universo nas coisas simples da vida...aquele espetáculo gratuito de beleza ali estava a minha frente...Para as pessoas que conseguem sentir o fluxo do existir desta forma, mesmo que os problemas surjam, eles são encarados como desafios estimulantes que servem para nosso amadurecimento. Por mais dolorosos e difíceis que possam parecer, todos acabam passando, e nós...sempre terminamos sobrevivendo, indo em frente.
Outras pessoas, presas à praticidade e à concretude, enxergam o arco-íris sob o ponto de vista estrito das leis da física, ou seja, como um fenômeno de refração da luz que acaba se decompondo em sete magníficas cores. Tais indivíduos optam por abrir mão do romantismo para ganhar uma compreensão objetiva do mundo.
E, por fim, temos um terceiro grupo – são as pessoas que diante de um lindo arco-íris, não conseguem enxergar nada! São escravos de seus pensamentos e, imersos e perdidos em seu mundo mental, não conseguem fazer contato com a própria sensibilidade.
O arco-íris ainda me acompanhou no trajeto durante um longo tempo até desaparecer entre as montanhas longínquas.
O tempo passou e terminei o dia feliz da vida, pois afinal de contas, não é toda a hora que se ganha um arco-íris de presente...
E ia esquecendo de perguntar – amigo leitor, em qual grupo você conseguiu se encaixar?...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

QUAL É A SUA TURMA?


Meus amigos, hoje resolvi escrever sobre um tema colhido na excelente crônica de Arnaldo Jabour, na radio CBN, de 01/07/11.
Nela, Jabour cita a novela “Insensato Coração”, exibida pela rede globo, onde as personagens de sucesso, aquelas que estão motivando o público são mau caráter, dizendo que hoje, em nosso mundo atual, os heróis são os malvados, os sem ética, os desonestos, numa triste inversão de valores de tudo aquilo que nos foi ensinado como sendo correto dentro das regras de convivência humana.
E aí, temos de parar para pensar – por que será que as pessoas estão se identificando tanto com personalidades (fictícias ou reais) que para vencerem em seus campos de ação, não hesitam em agir torpemente, eliminando seus possíveis concorrentes sem a menor cerimônia?
O que está acontecendo com nossa sociedade?
Jabour descreve de forma muito apropriada, as características psicopatológicas de um psicopata – tendência a manipular o outro, ausência de sentimentos, suas ações negativas são sempre justificadas dentro de uma lógica perversa onde os fins sempre justificam os meios.
Prosseguindo, o jornalista acaba concluindo que em nosso país as pessoas se dividem em apenas dois grupos – os espertinhos (psicopatas) e os babacas, aqueles tontos que ficam olhando tudo que está acontecendo sem nenhuma reação. E conclui que, em breve, seremos todos psicopatas...
Concordo plenamente com o articulista naquilo que ele observa como uma crise de valores em nossa sociedade. Baseados na estrutura materialista e consumista, nossas crianças e nossos jovens, crescem entendendo como normal um comportamento que sempre visa “se dar bem na vida”.
E o que é se dar bem na vida?
É ter dinheiro, posição social, vantagens sobre os outros e todas as comodidades daí advindas, mesmo que às custas do prejuízo de outrem. A corrupção substituiu a honestidade e o respeito ao outro deu lugar a uma frieza e indiferença nunca observadas.
Mas, como um otimista incorrigível, permito-me discordar do Arnaldo Jabour. Acho que além de psicopatas e babacas, podemos perceber a existência de uma terceira classe, a dos observadores e críticos deste estado de coisas.
Uma indignação sadia deve acompanhar nossas atitudes, entendendo que, a partir de uma profunda transformação pessoal, a partir de uma revisão dos nossos valores internos, poderemos nos posicionar de forma mais sadia diante dos desafios da vida atual.
Não critique apenas, não responsabilize ninguém, apenas pergunte a si mesmo, o que você está fazendo para melhorar-se. Não acredito que você se enquadre nas duas categorias enumeradas pelo Arnaldo. Sinceramente, acho que você, eu e tantos outros podem transformar-se e, com suas mudanças, transformar o mundo em que vivemos.
É só acreditar que isso é possível...

sábado, 16 de julho de 2011

MEDITAÇÃO

A prática da meditação em suas variadas formas sempre foi prática comum entre as civilizações orientais. Na década de 60 começou a ser difundida no mundo ocidental a meditação transcedental que é um método de autodesenvolvimento capaz de aquietar a mente, mas também melhorar a tomada de decisões, a criatividade e afastar o estresse, a depressão.
Desenvolvida pelo guru indiano Maharishi Mahesh Yogi, a técnica utiliza mantras, conjuntos de sons e ultrassons, que atuam no corpo de quem o vocaliza, trazendo benefício a curto e longo prazo.  

Grande parte dos benefícios são imediatos e melhoram com o passar do tempo. Entre os mais significativos estão: 

- O fortalecimento da comunicação do córtex pré-frontal do cérebro, o que permite desenvolver o funcionamento total do cérebro. O praticante de meditação transcendental tende a ter um pensamento prático mais forte e coordenar a tomada de decisões, graças ao aumento nas funções executivas; 

- A abertura da percepção a um campo de criatividade e inteligência, localizada nas profundezas da mente; 

- A redução da ativação do sistema nervoso simpático, que por sua vez dilata os vasos sanguíneos e reduz os hormônios do stress.

- A melhora da saúde cardiovascular; 

- O combate à depressão, na medida em que estimula o bem-estar físico e mental;

- A ajuda na libertação de vícios como o tabaco, o álcool e outras drogas; 

- Reduz a ansiedade e os níveis de colesterol ruim, além de combater a insônia.  
Hoje, nos Estados Unidos, vários hospitais mantem um setor específico para a prática da meditação, principalmente no período pré operatório com resultados excelentes.
A meditação vem se tornando ferramenta valiosa para o Ser vasculhar seu interior e neutralizar os efeitos nocivos do stress decorrente da vida moderna. Existem inúmeras técnicas de meditação, sendo que todas são unânimes num ponto – meditar é esvaziar a mente, mergulhando na quietude do nada.
Vivemos imersos num contexto cultural que nos estimula a todo o momento o uso do hemisfério esquerdo na compreensão intelectual dos acontecimentos. E qual a ferramenta que nosso intelecto lança mão? O pensamento é claro. E assim, estranhamos quando os orientais falam em “esvaziar a mente”, pois acreditamos ser impossível ficar sem pensar nem que seja por um segundo.
Nossa mente, por falta de treinamento, se assemelha a uma cabra das montanhas, a saltar de um pensamento a outro. O segredo é não combater esses pensamentos, mas simplesmente aceitá-los. Nós quase não percebemos, mas entre um pensamento e outro existe um pequeno intervalo, um vazio. Com o tempo, a prática da meditação começa a nos desenvolver a capacidade de perceber que existem muitos intervalos e os pensamentos vão ficando cada vez mais raros, até que os intervalos se expandem e se tornam absolutos. Ao chegar nessa fase, o meditador terá alcançado um alto nível de desenvolvimento de sua mente, aproveitando plenamente todos os benefícios da arte da meditação.
No estado de não-mente, passamos a perceber que os pensamentos não nos pertencem, não são nossa real natureza. Vem e vão, segundo seu próprio ritmo. Aí teremos atingido a percepção plena, o estado de samadhi. No livro “Tantra – a suprema compreensão” (ed; Cultrix), o filósofo Osho nos coloca essa questão de forma bastante poética:
“As nuvens que vagueiam pelo céu não têm raízes nem lar...E o mesmo é verdadeiro em relação ao teu céu interior: teus pensamentos não têm raízes, não têm lar; tal como as nuvens, eles vagueiam. Assim não precisas combatê-los, nem sequer precisas tentar detê-los”.
Sob a ótica ocidental, podemos utilizar a prática da meditação procurando focar a atenção numa bela imagem, um símbolo ou até mesmo um objeto concreto como a chama de uma vela, a ponta acesa de um incenso ou uma bela rosa. Tais recursos são mais fáceis de serem assimilados por nossa compreensão do que esvaziarmos a mente, um recurso que nos soa um tanto abstrato.
Sempre que se fala em meditação, imaginamos alguém sentado em posição de lótus, de pernas cruzadas, olhos cerrados e face serena. A meditação, entretanto, não precisa ser necessáriamente estática e passiva. Existem técnicas chamadas de meditação ativa que são muito interessantes. O importante, qualquer que seja a técnica empregada é se chegar ao que se denomina estado meditativo, aquele em que estamos por inteiro naquele momento, é sermos testemunha silenciosa, é apenas ser um espectador, nada mais. Se você é um iniciante na prática da meditação não desanime diante das dificuldades iniciais que certamente irá encontrar no inicio de sua prática. Continue com paciência, praticando e praticando sem esperar pelos resultados. Procure não ter ansiedade de chegar a um determinado estágio de desenvolvimento na prática da meditação e seu crescimento virá, sem que você perceba, de forma sutil e silenciosa.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

COISAS INCRÍVEIS

Outro dia desses, ouvindo o rádio do carro, chamou-me a atenção um comercial no qual o narrador perguntava ao ouvinte:
“- O que você acha mais incrível? O primeiro passo do homem na lua ou o primeiro passo de uma criança que descobre que pode andar?”

Achei interessante a idéia, mas continuei minhas tarefas e à noite,já em casa, a pergunta voltou a visitar minha mente...
É óbvio que o primeiro passo do homem na lua marcou a maioridade tecnológica do ser humano. A luz, velha companheira de astrônomos e astrólogos, musa inspiradora de poetas e casais apaixonados, ali estava, disvirginada pela ciência do homem contemporâneo! A partir daquele fato inesquecível, a conquista do espaço sideral era apenas questão de tempo!
Mesmo que ainda nos exterminássemos em guerras sangrentas; ainda que milhões de nós vivessem na miséria ou até mesmo morressem de fome, ainda assim a ciência avançara, acreditando cada vez mais em seu poder invencível!
Aquele dia, 21 de junho de 1969, já vai bem distante...exatos 42 anos...A corrida espacial, por motivos financeiros, foi desacelerada, mas a ciência e a tecnologia prosseguiram sua marcha acelerada, sem muito se deter no ser humano que continua matando e morrendo, iludido pelo véu de maia e hipnotizado pelos valores matérias que o levam a consumir cada vez mais numa corrida louca que só faz distanciá-lo de si próprio.

E o primeiro passo de uma criança que, timidamente, inicia sua aventura de conquistar o mundo, que importância tem?
Esse primeiro passo, inseguro, frágil e vacilante, pode significar o início de uma grande mudança na sociedade e no mundo em que vivemos. Se todas as crianças que hoje começam a andar, lançarem sua visão para além do prazer imediato e a qualquer custo, se puderem caminhar em direção à fraternidade, à tolerância e à uma vida mais ética, então poderemos sorrir felizes, porque a esperança não morreu!

Concluo minhas reflexões, dizendo para mim mesmo que ambos os passos – o da criança e o do astronauta, são igualmente importantes e penso também que o próximo passo de cada um de nós pode ser decisivo em nossa vida e influenciar toda a humanidade.
Acabo de escrever e vou deitar, feliz e reconfortado.
Amanhã, será um novo dia...

Luiz Sérgio – aguiamalhada@yahoo.com.br – luizsergiogomes.blogspot.com

sábado, 11 de junho de 2011

Saúde e Doença

Não é necessário muito esforço para se perceber que vivemos numa época caracterizada pela grande quantidade de informações que chega, dia a dia ao nosso conhecimento, influenciando de diversas maneiras o comportamento, as crenças e atitudes de todos nós.
            Dentro de tal contexto, surge naturalmente a preocupação com a saúde – dicas, conselhos, teorias de como viver uma vida saudável surgem de todos os cantos, algumas coerentes, outras exdrúxulas e mirabolantes. Mas... o que é mesmo uma vida saudável?...O que vem a ser o estado de saúde?
            Sempre que se pensa a respeito, associamos o conceito de saúde aos aspectos físicos do ser humano. Entretanto, a saúde é muito mais do que a simples ausência de doenças físicas.
            Saúde é um conceito multifatorial de grande abrangência.
            A própria OMS – Organização Mundial de Saúde, define o termo como sendo o “bem estar bio-psico-social-espiritual do ser”, entendendo que além dos aspectos físicos há que se levar em consideração os aspectos psíquicos (emocionais) e sociais (relacionamentos) na compreensão global do que venha ser um estado de saúde.
            A esta visão agregaríamos outros fatores que julgo de grande importância para uma vida equilibrada e saudável:

 1.      UMA  RELAÇÃO DE EQUILÍBRIO ENTRE O HOMEM E O MEIO AMBIENTE.
Felizmente, cada vez com mais intensidade, se revela a conduta desastrada e egoísta do homem em relação à sua morada cósmica. Poluição de rios e nascentes, desmatamento generalizado, aumento do buraco da camada de ozônio e tantos outros danos ecológicos enchem as manchetes de nossos jornais.
Já é tempo do ser humano perceber que, se continuar com tais atitudes, colocará em risco a sobrevivência da própria espécia. Os fenômenos climáticos dos últimos tempos são um recado claro de que a Mãe Terra não está mais suportando a conduta destrutiva de seus filhos.

2.      A DESCOBERTA DOS CAMPOS ENERGÉTICOS HUMANOS.
Recentes pesquisas vem apontando para a existência, no ser humano, de um campo energético que regula e se relaciona com cada célula de nosso organismo.
Tais evidências vem confirmar a base de doutrinas médicas já existentes, como a homeopatia ( criada por Samuel Hahnemann em 1796) e a acupuntura ( praticada pelos chineses há milênios )
A percepção desta rede energética no ser humano se estende às áreas psíquicas , pois se percebe que a maneira de pensar e as crenças que trazemos conosco, moldam a própria realidade. A psiquiatria e a psicologia holísticas ( do grego HOLOS = todo ) vem demonstrar que o otimismo, a esperança, a prática de boas ações (serviço voluntário ) e o sorriso são atitudes altamente terapêuticas, conduzindo o homem à saúde e ao bem estar.

3.      BUSCA DE UMA BASE ESPIRITUAL:
Percebe-se na atualidade, uma grande busca pelo homem de alguma direção espiritual, expressa na procura cada vez mais crescente dos mais variados movimentos religiosos.
Independentemente de quaisquer outras razões, o homem se defronta com a realidade de sua finitude material, debruçando-se nas questões de sua transcedentalidade. A morte é o fim de tudo, ou a essência do ser sobrevive ao fim de seu corpo físico?
No bojo das ciências psíquicas, vemos surgir a psicologia transpessoal, levando em conta os aspectos espirituais da existência, ao estudar os estados alterados de consciência, não como distúrbios psicopatológicos e sim como possibilidade de se atingir planos mais sutis da própria existência.
Como pudemos perceber nessas breves linhas, o Ser Humano deste começo de século caminha celeremente para uma compreensão holísticaa de si mesmo e de suas relações com seus semelhantes e com o próprio planeta.
Tal visão, com certeza, trará novos desafios e sepultará de vez, velhos conceitos que não mais terão utilidade na compreensão da vida.
Nunca como nos dias atuais, o homem esteve tão perdido e – paradoxalmente, tão perto do encontro consigo mesmo.
Precisamos definitivamente entender o propósito de nossa vida e trabalhar para que o fenômeno da globalização não ocorra apenas (e de forma egoísta e mesquinha) no terreno da economia e sim transforme realmente esse mundo num lugar mais justo e igualitário.

Aí sim, poderemos nos dizer seres saudáveis, vivendo fraternalmente, num mundo de paz e felicidade!