terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CRESCENDO SEMPRE

Do ponto de vista físico, nascemos pequenos e a medida que vamos nos alimentando, o organismo vai se desenvolvendo sob o impulso do processo do crescimento. O corpo vai se modificando, passando por sucessivas etapas de transformação até que na idade adulta, atingimos o apogeu do crescimento físico. A partir deste momento, se inicia o declínio gradativo das funções biológicas, ocorrendo o processo do envelhecimento de nosso organismo, até a extinção completa da energia vital que nos anima, chegando à morte.

Assim como existe o crescimento físico, também ocorre o crescimento emocional. E de que modo?

Trazemos dentro de nós, um conjunto de características (espirituais e genéticas) que, em contato com o tipo de educação recebido dos pais, irá promover o desenvolvimento (pleno ou restrito) de nossos aspectos emocionais. Mais à frente iremos conversar um pouco sobre as crenças que assumimos na infância e que vão determinar o futuro comportamento na vida adulta. Por enquanto, vamos ficar no processo do crescimento emocional. É evidente que se faz necessário o exercício da vontade consciente, pois nada acontecerá se ficarmos numa atitude passiva, esperando que as coisas venham de fora e que a felicidade e o bem estar caiam do céu. Como bem dizia Geraldo Vandré – “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”. O ritmo de crescimento psicológico da pessoa depende básicamente do conflito entre a necessidade de segurança e a oferta de estímulos. Costumo dizer que a vida pode ser comparada a um barquinho...podemos deixá-lo amarrado fortemente no cais e aí então estará a salvo de tormentas e perigos, muito embora condenado à estagnação sem cumprir seu destino básico que é navegar. Ao contrário, nosso barquinho poderá se desprender do cais e viajar léguas sem conta, descobrindo lugares maravilhosos e excitantes paisagens. Mas, tal atitude é muito arriscada!...

Sim...e daí? Viver plenamente implica correr riscos.

Infelizmente, a maioria das pessoas ainda faz opção por grossas correntes a amarrar seus barcos na beira de um cais velho e desbotado... afirmam com frequência preferir ficar como estão – mesmo sofrendo com isso – a escolher a mudança e partir rumo ao desconhecido. Como diz Edoardo Giustti, em seu livro A Arte de Reencontrar-se – “ Agindo dessa forma a pessoa só procura justificativa para poder repetir sem fim o velho espetáculo de lamentar-se. Todos os dias encontramos rostos frustados que se movimentam como se robotizados, perpetuando sua própria insatisfação, incapazes e impotentes de saírem do círculo vicioso.”

Crescer portanto, seria abandonar uma posição desconfortável mas conhecida por outra desconhecida na intenção de se alcançar um nível mais prazeroso e satisfatório de vida, mesmo que isto exija uma atitude corajosa de saltar rumo ao desconhecido. Muitas vezes, a vida em sua sabedoria natural acaba por nos “convidar” á mudança, através de situações imprevistas e até mesmo dolorosas. Trazemos indelevelmente marcado em nosso interior o impulso divino de seguir para a frente buscando sempre a felicidade e a paz. Este impulso é irresistível e, se tivermos sabedoria, tudo que temos de fazer é não dificultar as coisas e deixar que, naturalmente a felicidade se instale em nosso caminho.

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