domingo, 27 de novembro de 2011

FICAR HABITUADO OU ESTAR ATENTO

Ficar habituado ou estar atento

Envelhecimento: biológico e psicológico
Ficar habituado – diminuição gradual de reação à estimulação persistente. Por ex. tic-tac de um relógio, passos de pessoa no andar de cima. No início esses sons nos perturbam; com o passar do tempo o cérebro começa a fabricar filtros que, de certa maneira, abafam o ruído e com o tempo, percebemos que já estamos tão acostumados a esses ruídos que é como se eles não existissem mais.

Ficar habituado – é uma redução da nossa consciência, bem como dos nossos sentidos, um processo no qual, com o tempo, os estímulos comuns da vida, os prazeres simples e as pequenas alegrias perdem a qualidade por força da simples repetição.

Observar a criança descobrindo o mundo – em princípio tudo o que nos rodeia é brilhante, vivo e animado: o gorjeio do pardal, o gosto do sorvete, a visão das nuvens de verão...Então o tempo passa – quando escutamos o gorjear de milhares de pardais, quando lambemos a nossa décima milésima casquinha de sorvete, quando vemos a nossa milionésima nuvem passar sobre a nossa cabeça, a nossa reação a esses estímulos diminui. O ficar habituado se estabelece – vem a rigidez e o envelhecimento psicológico.

Ex; quando viajamos ficamos mais alegres porque encontramos novos estímulos.

FICAR HABITUADO;
- aspectos positivos – nos livra da sobrecarga sensorial.
- aspectos negativos – faz nos acomodarmos.

Ficar habituado em seu sentido mais profundo é mais do que simplesmente uma entrega às rotinas. Em um nível mais profundo, pode ser considerado o oposto da consciência e da atenção que são os pilares da vida espiritual
Ficar habituado = inconsciência = desatenção.
Ficar habituado – significa vivermos fora do momento, estarmos desatentos a nós mesmos e não observarmos o que fazemos.
Ficar habituado – significa permitirmos que a nossa mente desperdice o tempo pensando os seus pensamentos costumeiros e sonhando os seus sonhos costumeiros – eu quero, eu não quero, eu gosto, eu detesto, eu lembro, eu esqueço...

Os hábitos são necessários – guardar a chave do carro no mesmo lugar de todas as vezes e escovar os dentes são hábitos extremamente úteis.

Ficar habituado – causa o fechamento da consciência a um nível tão empobrecido de percepção que só interagimos com o mundo no nível mais superficial através de idéias fixas,suposições preconcebidas e uma mente fechada.

Visão de realidade – é na verdade, uma construção mental subjetiva e tendenciosa, na qual selecionamos um pequenino grupo de idéias e estímulos sistematicamente rejeitando todo o resto.
O resultado desse esforço mental de organização é que o nosso universo se torna reduzido ao nível da nossa própria capacidade de compreende-lo e processá-lo.
Desenvolvemos sistemas ou categorias estereotipadas para classificar os estímulos que nos alcançam – esperamos que os carros façam um determinado ruído, que os sinais de transito sejam de uma determinada cor e determinadas pessoas sempre digam as mesmas coisas. Portanto, o que nós realmente percebemos não são os carros ou os sinais de transito. São invenções de nossos limitados sistemas internos de processamento que vêem o que o hábito nos diz para vermos e que são filtrados através das lentes das nossas próprias subjetividade, imaginação e sugestibilidade.
O senso de realidade é construído não como as coisas realmente são, mas sobre modelos interpretativos baseados em nossas experiências anteriores.
Ficar habituado é o subproduto de todas as rotinas as quais nossa mente se entrega durante décadas.
Perto da meia idade esse mecanismo se torna predominante.
Passamos não mais a escutar as pessoas porque as nossas noções preconcebidas nos dizem que já sabemos a verdade ( a pessoa escuta, mas não ouve...)
Isso acontece quando paramos de ver as coisas como se fosse pela primeira vez, como apenas uma criança é capaz de fazer.
Portanto,
Ficar habituado – redução da consciência ao invés de uma expansão da consciência.
Como superar essa armadilha?
A resposta é ATENÇÃO !!
Como praticar a atenção?
Comecemos prestando atenção aos eventos que acontecem ao nosso redor. Abrir uma garrafa, digitar um texto, atender ao telefone, tomar o café da manhã...
“ viver as experiências que a vida nos oferece é obrigatório; sofrer com elas ou desfrutá-las é opcional”
“ sua visão se tornará clara somente quando você puder olhar dentro do seu próprio coração.
Aquele que olha para fora sonha, aquele que olha para dentro, desperta”
Jung.

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