sexta-feira, 9 de março de 2012

CÉREBRO E MENTE

Tarefa relativamente fácil é considerarmos o cérebro como o órgão nobre por excelência, sede do sistema nervoso. Como vimos anteriormente, veio evoluindo filogeneticamente desde os organismos elementares até adquirir a configuração atual no homo sapiens, com seus dois hemisférios e cerca de 100 bilhões de neurônios, sendo que cada um deles pode estabelecer perto de 10 mil conexões (sinapses) com outros neurônios.
Essa fabulosa população celular acaba se organizando em grupos que trabalham sincrônicamente, executando diferentes funções, como os diversos músicos de uma orquestra executariam variados movimentos obedecendo às ordens de um maestro. Poderíamos dizer que, nesta comparação, a mente seria o grande maestro desta orquestra maravilhosa.
Até aí, tudo bem...
Mas...o que vem a ser a mente, este maestro brilhante que faz a orquestra produzir os mais brilhantes movimentos?
A tentativa de responder a esta pergunta nos desloca inevitavelmente para a fronteira entre os dois paradigmas vigentes na atualidade. A visão cartesiana/newtoniana coloca a mente como um atributo material, resultado emergente de toda a atividade cerebral, embora a rigor e apesar de todo o desenvolvimento tecnológico e científico, ainda não se pode afirmar com convicção que mente e cérebro sejam a mesma coisa.
A tese holística, aceitando outras dimensões não materiais do ser, define a mente como algo independente do cérebro. Fazendo uma comparação com a informática, diríamos que a visão holística coloca o cérebro como a estrutura física do computador (hardware) e a mente como os programas que lhe são instalados e que o fazem funcionar (software). Ambos, hardware e software, formam uma unidade funcional onde não faz sentido a existência de um sem a integração com o outro.
Nesse esquema, perguntaríamos: quem é o operador do sistema?...
O fato é que o desenvolvimento das pesquisas na área da física quântica nos aponta para uma realidade que transcende a matéria física. Conceitos como materialismo e espiritualismo não podem mais serem vistos como excludentes e sim como complementares na visão do paradigma holístico.
Para terminar esse capítulo trago as palavras instigantes de Deepak Chopra, médico indiano, autoridade reconhecida na área de medicina alternativa, em seu livro “ Vida Incondicional” (ed. Best Seller):
“O que é mente senão o que experimenta, o que sabe? O que é corpo senão o experimentado, o conhecido? Se posso mudar minha atenção de um para o outro, então deve existir um “eu” que não está preso ao dualismo da mente-corpo. Esse “eu” não pode ser descoberto por métodos simples. Não posso olhar para ele, porque está no meu olho; não posso ouvi-lo porque está em meu ouvido; não posso tocá-lo porque está em meus dedos. Então, o que resta? Somente a voz interior que sussurra: “Vá além”. Seguindo essa ordem eu talvez venha a me perder num território desconhecido.”
Palavras profundas que nos deixam a pensar....

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